ATA
DA NONAGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 20.11.96.
Aos vinte dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e noventa e
seis, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio
Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren,
Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol,
Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib,
João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Luiz Braz, Luiz
Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Paulo
Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Wilton
Araújo. Constatada a existência de “quórum”, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Antonio
Hohlfeldt, 06 Pedidos de Providências e 01 Emenda nº 07 ao Substitutivo nº 01
ao Projeto de Lei do Legislativo nº 139/94 (Processo nº 2351/94); pelo Vereador
Guilherme Barbosa, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 167/96 (Processo nº
2855/96); pelo Senhor Prefeito Municipal, Ofício nº 489/96; pelo Vereador
Jocelin Azambuja, 01 Indicação nº 92/96 (processo nº 2861/96) e 01 Projeto de
Lei do Legislativo nº 168/96 (Processo nº 2881/96); pelo Vereador Luiz Braz, 02
Emendas nºs 04 e 05 ao Substitutivo nº
02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 139/94 (Processo nº 2351/94). Do
EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 478, 479, 480, 482, 483, 484, 485, 486,
487/96, do Senhor Prefeito Municipal, 01/96, do Vereador Giovani Gregol,
Presidente da Comissão Externa constituída para acompanhar os novos
acontecimentos relativos ao grupo de teatro “Oi Nóis Aqui Traveiz”; 01/96, da
Vereadora Helena Bonumá, Presidente da Comissão Especial sobre o trabalho
infantil no Município de Porto Alegre; 1917, 1919 e 1921/96, do Deputado Federal
Mendes Ribeiro Filho, Chefe da Casa Civil do Estado. A seguir, nos termos do
artigo 100 da Lei Orgânica Municipal - TRIBUNA POPULAR, o Senhor Presidente
concedeu a palavra ao Senhor Antônio Ferreira, representando a Associação
Comunitária do Jardim Vila Nova - ACOJAVIN, que discorreu sobre a falta de
estrutura para o provável reassentamento pelo Departamento Municipal de
Habitação de mais de noventa e seis famílias no Jardim Vila Nova. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu D’Ávila, reportando-se ao tema da
Tribuna Popular, discorreu sobre o posicionamento do Executivo Municipal na
solução do problema habitacional dos moradores do Jardim Vila Nova. O Vereador
Jocelin Azambuja reportou-se ao tema da Tribuna Popular, falando também sobre a
situação da educação em nosso Município. O Vereador Guilherme Barbosa falou
sobre o tema da Tribuna Popular, ressaltando os procedimentos adotados pelo
Executivo Municipal quanto ao problema habitacional dos moradores do Jardim
Vila Nova. O Vereador Luiz Negrinho criticou o Executivo Municipal na resolução
do caso dos moradores do Jardim Vila Nova. Logo após, foi aprovada Licença para
Tratar de Interesses Particulares do Vereador Lauro Hagemann para o dia de
hoje, dando posse o Senhor Presidente ao Suplente Gerson Almeida, informando
que sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização, Transportes e
Habitação. Em COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE, o Vereador Isaac Ainhorn discorreu
sobre os problemas habitacionais dos moradores do Jardim Vila Nova, falando
sobre as funções de fiscalização dos edis. A seguir, foi aprovado Requerimento
do Vereador Wilton Araújo, solicitando alteração da ordem dos trabalhos da
presente Sessão, passando-se ao Grande Expediente. Às quinze horas os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo reabertos às quinze horas e três
minutos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo Leal questionou
sobre as possibilidades de ocupação do Plenário Otávio Rocha e, também, sobre a
necessidade de maior divulgação na imprensa dos assuntos tratados por esta
Casa. Na ocasião, o Vereador Guilherme Barbosa formulou uma Questão de Ordem
sobre o andamento do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 04/96, na
Comissão de Constituição e Justiça, ao que o Senhor Presidente determinou que a
Diretoria Legislativa investigasse os processos que se encontram com os
relatores neste final de legislatura. Em continuidade, foi iniciado o GRANDE
EXPEDIENTE, hoje destinado a comemorar os noventa e cinco anos da Associação
Cristã de Moços - ACM, de acordo com o Requerimento nº 173/96 (Processo nº
2656/96), de autoria do Vereador Wilton Araújo e aprovado pela Casa. Compuseram
a Mesa: o Vereador Mário Fraga, 2º Vice-Presidente da Casa, no exercício da
Presidência: o Senhor Mário Jarros, Presidente de Honra da ACM; o Senhor Marco
Antônio Hochscheit, Secretário Geral da ACM e o Senhor Carlos Pigatto, Secretário Substituto de Saúde do
Estado. Em continuidade o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Senhores
Vereadores para se manifestarem sobre a presente homenagem. O Vereador Wilton
Araújo historiou sobre a fundação da ACM e sobre a importância dos trabalhos
desenvolvidos por essa entidade. O Vereador Reginaldo Pujol elogiou o trabalho
desenvolvido pela ACM, dizendo que esta Casa está sempre disposta a aplaudir
tal entidade. A Vereadora Maria do Rosário elogiou o trabalho desenvolvido pela
ACM, dando ênfase no trato com as crianças e adolescentes. O Vereador Jocelin
Azambuja destacou a importância dos valores promovidos pela ACM, dizendo que
esta realiza uma parceria permanente com a educação. O Vereador Pedro Ruas
elogiou o trabalho educacional desenvolvido pela ACM ao longo de sua história.
Logo após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Marco Antônio
Hochscheit, que em nome da diretoria da ACM agradeceu a presente homenagem. A
seguir, o Senhor Presidente convidou o Vereador Wilton Araújo a realizar a
entrega do livro “Porto Alegre a Beira do Rio e do Meu Coração” ao Senhor Marco
Antônio Hochscheit. Às dezesseis horas e vinte minutos os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo reabertos às dezesseis horas e vinte e três
minutos, constatada a existência de “quórum”. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Raul Carrion falou sobre o processo eleitoral do Grêmio Estudantil do
Colégio Júlio de Castilhos. Em COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE, o Vereador Isaac
Ainhorn falou sobre a questão judicial que envolve os técnicos-científicos
inativos do Município. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador
Edi Morelli, solicitando ingresso imediato na Ordem do Dia. Logo após,
constatada a existência de “quórum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Na ocasião,
foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Artur Zanella, adendado pelos
Vereadores Jocelin Azambuja e Luiz Braz, solicitando alteração na ordem de
apreciação da matéria constante na presente Ordem do Dia. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 27/96. Em Discussão
Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 126/96
por trinta Votos SIM, votando os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella,
Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi
Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa,
Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João
Verle, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário
Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro
Ruas, Raul Carrion, Wilton Araújo e Gerson Almeida. Em Discussão Geral e
Votação, após ser discutido pelos Vereadores Artur Zanella, Jocelin Azambuja,
Pedro Ruas, Guilherme Barbosa e encaminhado à votação pelos Vereadores Jocelin
Azambuja, Guilherme Barbosa e Raul Carrion, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Jocelin Azambuja, foi aprovado o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei
do Legislativo nº 139/94, por quinze votos SIM e catorze votos NÃO, votando Sim
os Vereadores Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Giovani
Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João
Verle, José Valdir, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Pedro Ruas, Raul
Carrion, Gerson Almeida e Não os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt,
Artur Zanella, Clênia Maranhão, Fernando Záchia, João Dib, Jocelin Azambuja,
Luiz Braz, Luiz Negrinho, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal,
Reginaldo Pujol e Wilton Araújo, com ressalva das Emendas. A seguir, foi
rejeitada a Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo
nº 139/94. Na ocasião, o Senhor Presidente informou que a Emenda nº 02 ao
Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 139/94 foi retirada de
tramitação pelo autor. Em verificação de votação solicitada pelo Vereador João
Dib, foi rejeitada, por cinco Votos SIM, dezoito Votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, a
Emenda nº 03 ao Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 139/94,
votando Sim os Vereadores Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá,
João Dib, Luiz Negrinho, Não os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão,
Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Giovani Gregol, Henrique Fontana, Isaac
Ainhorn, João Motta, João Verle, José Valdir, Luiz Braz, Maria do Rosário,
Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Gerson
Almeida, optando pela Abstenção os Vereadores Jocelin Azambuja e Reginaldo
Pujol. A seguir, foram aprovadas as Emendas nº 04, 05 e 06 e 07 ao Substitutivo
nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 139/94. A seguir, foi aprovada a
prorrogação da presente Sessão por mais duas horas. Em continuidade, após ser
encaminhado à votação pelo Vereador João Dib, foi aprovado o Projeto de Decreto
Legislativo nº 09/96 (Processo nº 2899/96), que autoriza o Senhor Prefeito
Municipal a afastar-se do País, das vinte e uma horas e trinta minutos do dia
vinte de novembro às oito horas e cinqüenta minutos do dia vinte e dois de
novembro do corrente ano, para viajar à Argentina. Às dezoito horas e trinta e
dois minutos, constatada a inexistência de “quórum”, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Edi Morelli e Mário Fraga e
secretariados pelos Vereadores Luiz Negrinho e Dilamar Machado, este último como
Secretário “ad hoc”. Do que eu, Luiz Negrinho, 3º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.
ERRATA
ATA DA NONAGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA - EM 20.11.96.
- Após o
registro da Comunicação de Líder do Vereador Pedro Américo Leal, onde se lê
“(...)Na ocasião, o Vereador Guilherme Barbosa formulou uma Questão de Ordem
sobre o andamento do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 04/96, na
Comissão de Constituição e Justiça, ao que o Senhor Presidente determinou que a
Diretoria Legislativa investigasse os processos que se encontram com os
relatores neste final de legislatura(...)”, leia-se “(...)Na ocasião, o
Vereador Guilherme Barbosa formulou Requerimento verbal solicitando seja
verificado junto à Comissão de Constituição e Justiça o andamento do Projeto de
Lei Complementar nº 04/96 (Processo nº 1222/96), tendo o Senhor Presidente
determinado à Diretoria Legislativa a efetuação de levantamento quanto aos
processos esperando relatoria nas Comissões Permanentes da Casa, a fim de ser
agilizada a tramitação dos mesmos(...)”.
O SR. PRESIDENTE (Mário Fraga): Passamos à
TRIBUNA
POPULAR
O Sr. Antônio Ferreira,
representando a Associação Comunitária do Jardim Vila Nova está com a palavra,
pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR. ANTÔNIO FERREIRA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, a Associação Jardim Vila Nova é uma organização popular constituída
que existe há 16 anos. Aproximadamente há 20 anos o DEMHAB organizou um
loteamento na região sul da Vila Nova que se denominou na época de loteamento
DEMHAB, que futuramente, através da organização da sua comunidade, recebeu o nome
de Bairro Jardim Vila Nova. Na época em que foi constituído esse loteamento a
Prefeitura, pelo Departamento de Habitação, organizou a venda de 522 lotes das
pessoas inscritas na época. A Cooperativa Habitacional da FEBEM construiu 1100
apartamentos na área. Com a construção de 1100 apartamentos mais os 522 lotes
construiu-se urbanisticamente o bairro e nele ficaram definidas áreas comuns e
públicas que seriam usadas para implementação do bairro futuramente,
seguindo-se duas praças e uma reserva técnica que seria destinada para
construção de prédio para Brigada Militar, posto de saúde e mais uma área
recreativa para a população. Durante esse tempo, por falta de verba, essas
áreas não conseguiram receber as construções que para lá estavam previstas.
Várias vezes a nossa Associação interpelou o DEMHAB quanto à necessidade da
construção do prédio de segurança, dos postos de saúde e da área recreativa
prevista, sem uma solução da Prefeitura de uma solução prática sobre isso. O
tempo passou e na semana passada, inesperadamente, a nossa comunidade foi
tomada de surpresa quando soube que a Prefeitura estava visitando o nosso
bairro com a caravana liderada por funcionários do DEMHAB para recolocar
pessoas de outro bairro exatamente naquela reserva técnica que estava prevista
para implementação das estruturas no bairro. Fomos pegos de surpresa, tanto é
que a Associação se reuniu rapidamente, mobilizou a comunidade e fomos em cima
para saber do que se tratava. Através da direção do DEMHAB, do Dr. Vicente -
inclusive ele declara isso no “Correio do Povo” do dia 15 - alega que há oito
anos o DEMHAB tem um projeto de edificação de estruturas para recolocação de
famílias do nosso bairro e todo mundo do Executivo sabe disso, menos a nossa
comunidade e a nossa Associação. Isso foi sonegado de nós por muito tempo.
Nós somos hoje uma comunidade
de 1800 famílias, aproximadamente 5 mil habitantes. Temos deficiência de
transporte, temos uma linha de ônibus que é insuficiente para a população, um
colégio de 1º grau com 800 vagas e recebemos na semana passada um ofício da
Diretora de que para 97 serão reduzidas as vagas por falta de espaço de
professores. Não temos segurança, não temos atendimento médico nenhum, sequer
uma farmácia foi constituída e aí, então, todas aquelas providências que eram
debatidas e exigidas por nós junto ao Executivo foram esquecidas e,
inesperadamente, de uma forma estranha, surge esse Projeto que o Diretor do
DEMHAB disse que há 8 anos ele existe. Na verdade, a população tem o direito de
se posicionar quanto a quem deve, quantos devem habitar aquele bairro.
Nós somos uma comunidade
ordeira, o bairro tem uma boa estrutura de saneamento, graças a iniciativa da
nossa população e, apesar de todas as deficiências aqui para nós, enquanto as
1800 famílias existem, a Prefeitura pretende colocar mais 96 famílias lá, o que
representará o acréscimo de 500 pessoas. Aonde vão estudar essas crianças? De
que forma vão adequar os recursos básicos de atendimento? Não existe isso. Nós,
moradores, estamos passando dificuldades. Onde está a tão badalada qualidade de
vida, cotidianamente defendida pelo Executivo? Me parece que, inclusive, isso
vem contrariar a Lei Orgânica, porque o importante é colocar as pessoas lá e
depois discutir as estruturas, isso é um inverso dos valores. Nós queremos
discutir as estruturas do bairro, capacitação e qualidade para depois discutir
recolocação de famílias. É um absurdo o que está se tentando fazer! E o DEMHAB,
estranhamente, ainda diz que faz 8 anos que este Projeto existe. Ninguém na
nossa comunidade teve conhecimento disso e muito menos a Associação, ninguém
sequer recebeu uma nota da Prefeitura nos alertando sobre isso, muito pelo
contrário, até hoje todas as reivindicações para que fossem atendidas as
estruturas foram feitas por escrito por nós e devolução real, quanto a essa
possibilidade, a Prefeitura não nos deu até hoje.
Então, Srs. Vereadores, o
Jardim Vila Nova está mobilizado. Nós fizemos uma assembléia geral no último
dia 13, onde o Ver. Mário Fraga, no dia anterior, fez o convite aos senhores
para participar, mais de 400 pessoas participaram dessa assembléia. Nós
entendemos que muitos Vereadores não puderam participar porque tinham
compromissos no outro dia. Mas, na verdade, felizmente tivemos a participação
na assembléia do Ver. Nereu D’Ávila, do Ver. Mário Fraga, do Ver. Luiz Negrinho
que junto conosco conseguimos tomar uma posição.
Estamos marcando com o
diretor do DEMHAB, Sr. Vicente Rauber, um dia em que ele possa estar presente,
provavelmente no meio da semana que vem e então vamos colocar toda a nossa
comunidade dentro do nosso galpão e fazer junto com eles uma assembléia geral
para discutir essa questão que para nós é da maior gravidade. Antes disso
faremos um convite formal a todos os Senhores Vereadores para que estejam presentes
na nossa assembléia para que, realmente, “tête-à-tête” com o Diretor do DEMHAB
a gente possa discutir essa questão de frente. Estamos muito preocupados,
porque é uma população que trabalha, ordeira, mas que está com extrema
dificuldade de estrutura e a Prefeitura quer acumular gente em cima daquilo que
não tem o atendimento adequado.
Fica aqui, em nome de todos
os moradores do Jardim Vila Nova, um alerta aos senhores. Formalmente, a
Associação enviará um convite aos senhores. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Nereu D’Ávila está
com a palavra, pelo PDT.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Sr. Ferreira, Secretário da Associação Comunitária do Bairro Jardim
Vila Nova. Ilustres moradores daquele bairro que nos honram com suas presenças.
Senhoras e senhores. Na semana passada, o Ver. Mário Fraga, da Bancada do PDT,
ocupou esta tribuna para fazer o alerta a esta Casa e à Cidade de Porto Alegre
do que estava acontecendo no bairro Jardim Vila Nova. O Ver. Mário Fraga,
também naquele instante, convidava a todos os Vereadores para que comparecessem
à assembléia dos moradores. Como disse o nosso Secretário, há poucos instantes,
muitos não puderam comparecer. Comparecemos, então, juntamente com os
Vereadores Mário Fraga e Luiz Negrinho e também o Deputado Valdir Fraga. Como
disse o Secretário, e aqui estão diversos moradores, foi uma assembléia
magnífica, de mais de quatrocentas pessoas, num clima de muita ordem e
disciplina. Inclusive com pronunciamento de vários jovens, o que realmente
impressionou pela isenção do que foi dito. E lembro muito bem que um jovem
chegou a dizer que não se tratava de um problema social, se eram pobres ou
ricos os que para lá iriam. O que interessa, e falou muito bem o Secretário da
Associação, é que numa comunidade muito bem organizada, que a duras penas tem
conseguido várias melhorias para a sua coletividade, que já tem uma escola onde
não há mais vagas; que tem uma linha de ônibus, inclusive já com fila. Então,
levar para lá, contra toda a comunidade, pessoas que não sabemos de onde vêm,
mas que vão superlotar aquele bairro, não é democrático.
O nosso apelo, hoje, à ilustre Bancada do PT é no
sentido de que se solidarize com a comunidade, porque se há alguma coisa que o
PT se ufana de proclamar é de que deve haver transparência e sempre a
manifestação majoritária da comunidade a qualquer tipo de reivindicação. É
evidente que quando uma comunidade, não por maioria, mas por unanimidade não
aceita devemos pensar nisso. Ela não aceita porque está vivendo pacificamente,
está reivindicando melhor qualidade de vida, não é justo, nem cabível, nem
democrático, que à força, contra o interesse da comunidade, se queira colocar
lá cerca de 500 pessoas.
Há muita transparência na reivindicação
da comunidade, muita justiça, bom-senso, se Vossas Excelências estivessem lá
também reagiriam. Reagiriam quando, de repente, avisassem que iria aportar
cerca de quatrocentas ou quinhentas pessoas.
Peço que nos somemos todos
nessa questão, que não é formal, é social.
Fiquei muito preocupado com
as declarações do diretor do DEMHAB na reportagem do “Correio do Povo”, e da
sua soberba que tudo já está decidido, definido há oito anos. Como definido se
a comunidade somente foi comunicada agora?
Por princípio não costumo ir
ao Orçamento Participativo, mas hoje vou participar pela legitimidade da
reivindicação. Estou isento nessa história porque a comunidade votou em outros
Vereadores, mas sou um representante do povo, mas me somo ao Ver. Mário Fraga no
sentido da justeza da reivindicação. Então, vocês notaram que eu não fiz nenhum
ataque à Administração Popular, quero que a Bancada do PT se some à nós, como
disse, pela justeza, pela clareza, transparência e justiça da reivindicação do
Bairro Vila Nova. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Para um esclarecimento de V. Exas., essa reunião houve no dia em
que havia duas reuniões na Casa: a apresentação do Plano Diretor era um dos
assuntos, o outro era a respeito da privatização dos hospitais, as duas
aconteceram no mesmo horário. O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra, em
Liderança.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Por delegação dos companheiros da Bancada, do nosso Vice-líder,
Ver. Paulo Brum, estamos aqui para registrar aos moradores do Jardim Vila Nova,
pelo Partido Trabalhista Brasileiro, a nossa posição de solidariedade e apoio à
justa manifestação e reivindicação de vocês. Agora, quero alertá-los para algumas
coisas, o Ver. Nereu D’Ávila sabe disso, o Ver. Mário Fraga, que está lá sempre
lutando com vocês, também sabe que esta é a prática petista, é assim que eles
gostam de trabalhar, simplesmente, gostam de empurrar goela abaixo aquilo que
acreditam ser bom para os outros. Não importa se a comunidade pense diferente,
lhes dou um exemplo: no Bairro Menino Deus, a exemplo, Sr. Secretário-Geral, o
que fizeram com a sua entidade, nesse foi implantado um albergue para as
pessoas que vivem nas ruas da Cidade, sem nenhuma consulta à Associação
Comunitária, porque se a Associação não pertence ao Partido do Governo, ela não
é boa, não passa a ter o respeito.
Então, nunca ouviu a
Associação Comunitária que veio a esta tribuna também, reivindicou a Bancada do
PT a solidariedade e o apoio, e não foi sequer ouvida. Até hoje, o Prefeito
Tarso Genro que está abandonando o cargo nunca recebeu o Presidente da
Associação do Bairro Menino Deus, que é um bairro respeitável, com mais de 50
mil habitantes, mas não pertence às odes governistas: então, as coisas ficam
diferentes. Pois agora já estão comemorando um ano da implantação do albergue,
não discutiram o albergue com ninguém da comunidade e, simplesmente, foram lá e
impuseram. Aí alegaram uma coisa que poderão alegar a vocês, que aqui no Menino
Deus eram os moradores do bairro que queriam discriminar os excluídos da
sociedade. Não era nada disso. Ali no Menino Deus tem a “Sopa do Pobre”, o
Albergue Dias da Cruz. Eles foram lá, queriam botar o seu albergue, e colocaram
o albergue na marra, construíram a toque de caixa. Em poucos meses estava tudo
construído. Não estão resolvendo o problema de nada. Os moradores continuam
todos nas ruas, aumentou, está uma verdadeira orgia de pessoal nas ruas do
bairro Menino Deus. Não recuperaram socialmente ninguém. Nem vão recuperar
porque ali não se recupera ninguém. Eles saem dali e vão para a porta dos
bares. Esse é o estilo de administrar.
Quero alertar à Associação
Comunitária, e a comunidade de lá, que se precavenha, busque todas as formas de
mobilização, porque o estilo deles é esse. A Associação do Menino Deus esteve
aqui. Os Vereadores prestaram-lhe solidariedade, fizeram emendas em projetos
que circulavam aqui para a venda de terrenos em Porto Alegre, do Banco
Imobiliário da Prefeitura, e simplesmente nada disso resolveu porque eles
haviam decidido, e quando eles decidem, acabou. Não tem conversa. Espero que
vocês tenham mais sorte.
Claro que nós, enquanto Câmara Municipal de Porto Alegre, tenho certeza, a maior parte das Bancadas vai prestar solidariedade e apoio. Nós, do PTB vamos estar juntos. Queremos ver se a Bancada governista toma uma posição favorável a vocês. Eles estão aqui para defender o povo, não só o governo que eles representam. Espero que eles assumam com vocês uma posição em defesa do que é a preservação das condições de vida da sociedade. Lá não tem escola, eu sei. O Governo Municipal não amplia a sua rede de escolas. Há apenas 41 escolas de primeiro grau e duas de segundo grau em toda a Porto Alegre. Se colocarem mais pessoas, vai acontecer como na Cidade de Deus: levaram as famílias para lá, e só esqueceram que não havia escola. Mas isso é um detalhe. Criança estudar, para quê? Depois mostram pela televisão algumas escolas e diz-se que se faz a melhor educação de Porto Alegre, enquanto 30% dos professores municipais ficam nas áreas administrativas. Não trabalham em sala de aula, mas há poucos dias chegou um novo concurso aqui para Porto Alegre. Novas vagas sendo criadas. O importante é ter professor em áreas administrativas que é para depois pegar as bandeirinhas e sair para rua, mas trabalhar na sala de aula não.
Se isso vier a acontecer vai
ser trágico para todos porque não existe infra-estrutura para todos, mas isso
não é a maior preocupação do Governo Municipal. Por isso que a luta vai ter que
ser muito forte e tenham a solidariedade do PTB, e tenho a certeza de que terão
a solidariedade da maioria dos Vereadores desta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver.
Guilherme Barbosa, em tempo de Liderança.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, Senhor Ferreira, demais moradores do Jardim Vila Nova e presentes
nesta Sessão. Espero que vocês consigam compreender e avaliar os discursos
daqueles que, de fato, pretendem auxiliar a comunidade e daqueles que querem
fazer, única e exclusivamente, demagogia. O Vereador que me antecedeu é o
exemplo dessa segunda possibilidade.
Fui comunicado do problema
por um dos moradores da comunidade. Estive presente em uma reunião da Comissão
de negociação que colocou a este Vereador o problema que estava enfrentando e
da dificuldade de obter informações. Isso foi em uma sexta-feira à noite, e no
sábado seguinte, estive na comunidade e fiz contato com o Diretor-Geral,
Vicente Rauber que, na segunda-feira, recebeu representantes da Comissão de
negociação. Em seguida, aconteceu a assembléia, mas não tive a oportunidade de
comparecer.
Do contato feito com o
Diretor do DEMHAB o que se tem é esta informação aqui colocada, que há oito
anos o Departamento tem um projeto preparado para aquela área que é do DEMHAB e
prevista para construção de moradias populares. E, ao ter a possibilidade de
acesso a esta linha de financiamento da Caixa Federal do Programa Pró-Moradia,
um dos projetos encaminhados pelo DEMHAB à Caixa Federal foi exatamente este,
no Jardim Vila Nova, para a construção de 96 moradias neste terreno. Estas
moradias irão abrigar pessoas que serão deslocadas, ocupantes de um terreno
próximo a esta região, na região da Vicente Montegia, onde o proprietário
readquiriu a posse do imóvel. Então são pessoas que estão a perder o seu local
de moradia. E mais algumas outras, de menor vulto, que irão compor estas 96
famílias. Eu disse para as pessoas lá e repito aqui, a Cidade não pode ter
muros. Agora, um argumento que é forte e deve ser trabalhado, que a comunidade
está trabalhando, que me parece um argumento de peso, é ficar provado que não
existe infra-estrutura suficiente na região para absorver estas 96 famílias,
que não há possibilidade, no local, para isso. Este é o argumento forte. Não
podemos admitir que, por serem famílias pobres, de outras comunidades mais
carentes, que sejam impedidas de morar no Jardim Vila Nova. Este argumento eu
não aceito. Mas aceito, sim, o argumento e a discussão se há ou não a
possibilidade da infra-estrutura, da escola, do transporte coletivo, da saúde,
da energia elétrica, do abastecimento de água, do recolhimento do esgoto,
enfim, este, para mim, é o debate.
Inclusive sugeri à comunidade,
à sua Comissão, que procurasse o Conselho Municipal de Acesso à Terra e
Habitação, como a TAB, porque, segundo informação do Diretor-Geral, o Projeto
já tinha sido aprovado lá e, depois, aprovado, também, no Conselho Estadual de
Habitação, portanto, percorrendo os caminhos legais necessários.
O que faltou, e isso eu disse
que foi um erro, foi a falta de comunicação à comunidade. Isso eu disse lá e
também digo aqui. Quer dizer, do nosso ponto de vista, esse aspecto não poderia
ser realizado assim, a comunidade da região também deveria ter sido informada
desta intenção do DEMHAB logo ao encaminhar à Caixa este Projeto. Então, eu me
coloco, neste sentido, com este tipo de argumento e raciocínio, também junto à
comunidade, mas que não seja o raciocínio e a preocupação do preconceito. Não
sou parceiro para isso, mas que se debata as possibilidades reais da
infra-estrutura da região. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Negrinho está
com a palavra, em Liderança.
O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Senhores moradores do Jardim Vila Nova. Para meus colegas,
Vereadores desta Casa, isto não é novidade: quando este Vereador sobe à
tribuna, geralmente é para denunciar a forma autoritária como são tomadas algumas
decisões pelo Executivo. O caso do Jardim Vila Nova não é único, muitos ainda
vão acontecer. Num debate pela televisão do qual participei, perguntei ao então
candidato Raul Pont se ele conhecia a Vila Margarida. Ele não respondeu, porque
não conhecia a Vila Margarida, que enfrentou um problema semelhante ao que
vocês enfrentam, quando um número pequeno de pessoas, por meio do Orçamento
Participativo, decidiram que deveriam ser retiradas 350 famílias de uma praça.
Quando tomei conhecimento desse caso, perguntei ao candidato se isso era
democrático; meia dúzia de pessoas decidindo por um universo de pessoas que
sequer foram consultadas se queriam ou não sair daquele local.
Quando em vim aqui e
denunciei que lá no Bairro Cristal estava sendo feito um verdadeiro terrorismo
contra os moradores das Vilas Campos do Cristal, Hípica e Estaleiro, muitos não
acreditaram. Havia uma pressão do Jockey Club junto à Prefeitura no sentido de
retirar aqueles moradores para agilizar o projeto do “shopping”. Num debate, o
candidato Raul Pont disse que também não tinha conhecimento desse projeto do
“shopping”; ele não sabia.
Agora, caso recente, o Jardim
Vila Nova, o próprio Vereador do Governo chega aqui e diz que é um projeto de 8
anos. Ora, em 8 anos a Prefeitura não teve a capacidade, sequer, de mandar uma
correspondência ou usar um carro de som para informar à comunidade de que ali
seriam instalados os moradores da Sanga da Morte, em função da sua obra. Ou só
esperaram passar o dia 3 de outubro e começaram a tomar essas decisões. Por que
não falaram antes do dia 3? Assim têm sido sempre as atitudes do Executivo. E
eu venho aqui e denuncio sempre também. Esperaram acontecer a eleição para
tomar essa decisão. Democrática? Como pode ser democrática se a comunidade - a
parte interessada - sequer sabia dessa proposta? Eu disse lá na reunião com os
moradores, isso foi bom, é lamentável mas foi bom porque vimos lá 400 pessoas
preocupadas com isso.
Acho que agora a própria
comunidade Jardim Vila Nova vai-se aglutinar ao redor da Associação, que é um
fato importante, porque a Prefeitura destruiu as entidades comunitárias de
Porto Alegre com a criação do Orçamento Participativo, no qual fui
representante e delegado; porque hoje as entidades organizadas não têm peso
dentro de Porto Alegre; têm peso, sim, os delegados representantes e
conselheiros que são do PT dentro do Orçamento Participativo. Estes eles ouvem.
A comunidade organizada não tem peso nas decisões do Executivo.
Encerro dizendo que
esperaram, também, o dia 3 de outubro para começar a fazer uma cobrança. Daqui
a alguns dias, sairá estampado nos jornais, impostos atrasados desde 1981 - já
recebi várias denúncias nesse sentido. Por que não comunicaram a essas pessoas
que seriam cobrados esses impostos atrasados? Não são dezenas, centenas, são
milhares de impostos atrasados. Esta é a Administração Popular. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Agradeço a presença dos
representantes da ACOJAVIN.
O Ver. Isaac Ainhorn está com
a palavra, em Comunicação de Presidente.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, realmente, pela manifestação do representante da Associação do
Jardim Vila Nova e pela manifestação oposicionistas desta Casa, nos encontramos
frente a um problema sério de uma comunidade, que vem buscar o Legislativo, vem
apelar aos Vereadores para que dêem um caminho, uma luz para esse problema. As
manifestações são claras. Com todo o respeito, a manifestação do Ver. Guilherme
Barbosa não explica nem responde à inquietude dessa comunidade.
A Câmara deve, a partir do
momento em que a comunidade comparece nesta Casa, ser o intermediador, o elo
junto ao Executivo na busca da solução desse problema.
Existe um impasse sério numa
comunidade que vem construindo sua tradição, sua cultura, seus hábitos, há mais
de quinze anos naquela área, num bairro que vem crescendo. Historicamente é o
berço da colonização italiana na Cidade de Porto Alegre, fruto de um trabalho
de várias administrações, é um belo bairro da nossa Cidade. Esta comunidade está
preocupada em relação ao futuro desse bairro. Os Vereadores manifestaram a sua
inquietude, Ver. José Valdir. Não podemos ficar omissos: o Vereador, além de
legislar, o Vereador, além de fiscalizar os atos do Poder Executivo, além do
poder jurisdicional que tem de julgar o Prefeito e o Vice-Prefeito, ele tem,
também, o papel grandioso de representação da comunidade. Cada um de nós aqui
eleito foi eleito por uma comunidade específica, portanto, nós entendemos, Ver.
Mário Fraga, e, gostaríamos, com a agilidade que já é uma tradição nesta Casa,
da ação da Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação que ela assuma, em
nome da Casa e sem prejuízo da presença das Lideranças e da própria Mesa, uma
ação vigorosa e discuta esta questão junto ao Executivo Municipal. Este é o
encaminhamento prático e concreto que gostaríamos de deixar aqui formulado para
que esta ação da comunidade tenha sobretudo uma continuidade política.
E é esse o papel que a
comunidade Jardim Vila Nova espera desta Casa, independentemente, das diversas
representações, acima das representações políticas partidárias. Com os
Vereadores desta Casa ela espera uma resposta efetiva e a nossa sugestão é que
imediatamente acionemos ou a Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação,
ou as Lideranças da Casa junto com a CUTHAB entenderem que é mais oportuno uma
comissão externa para tratar este assunto, ou que se faça, inclusive, uma ação
da comunidade, aqui nesta Casa, através de uma audiência pública, convidando S.
Sª., o Diretor do DEMHAB, para discutir. Esta é a Casa do povo, esta é a Casa
da comunidade porto-alegrense. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Gostaríamos de registrar que a Associação Comunitária Jardim Vila
Nova já encaminhou correspondência à CUTHAB e que estão sendo tomadas as
providências necessárias, possivelmente na próxima quinta-feira será feita uma
Reunião para discussão.
Vamos suspender os trabalhos
para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h.)
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn - às 15h03min): Srs. Vereadores, está
reaberta a Sessão.
Requerimento de autoria do
Ver. Lauro Hagemann que solicita Licença para Tratar de Assuntos de Interesse
Particular.
(Obs.: Foi aprovado o Requerimento de Licença do Ver. Lauro Hagemann, e dada posse ao Suplente, conforme consta da Ata.)
O SR. WILTON ARAÚJO (Requerimento): Sr. Presidente, no sentido
de invertermos a ordem normal dos trabalhos, passando imediatamente para o
Grande Expediente, onde se fará, com a aquiescência do Ver. Pedro Américo Leal,
que interrompe este Vereador, um ato de comemoração aos 95 anos da Associação
Cristã de Moços, solicitado por este Vereador.
O SR. PRESIDENTE: Só temos o pedido de
Liderança do Ver. Pedro Américo Leal. Colocaria em votação o Requerimento de V.
Exa., inclusive a homenagem à ACM, que honra esta Casa com a sua presença. Após
esta homenagem, poderia-se preservar a Comunicação de Liderança do Ver. Pedro
Américo Leal.
O SR. WILTON ARAÚJO: Deixo na sensibilidade e
consciência do Ver. Pedro Américo Leal.
O SR. PRESIDENTE: Então, colocamos em votação
o Requerimento do Ver. Wilton Araújo que requer a inversão dos trabalhos,
passando imediatamente para o Grande Expediente, logo após a discussão
preliminar de Pauta e, por último, a Ordem do Dia. Em votação. Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra, em tempo de Liderança.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, raramente ocupo o tempo de Liderança. É testemunha disso o meu
companheiro de Partido, Ver. João Dib. Hoje estou ocupando o tempo de liderança
para apresentar mais uma indagação.
A primeira indagação que
apresentei aqui é por que não ocupamos o Plenário grande? Há quatro anos que
ele está fechado. E a segunda indagação que faço é por que não temos divulgação
desta Casa? Temos jornalistas, que se postam nas suas Bancadas, tomando nota;
os assuntos são empolgantes e importantes para esta Cidade e não temos
divulgação. É uma Casa calada, completamente manietada, quase que estatelada,
porque não tem divulgação. Onde reside este mistério da divulgação da Câmara
Municipal de Porto Alegre? Eu não sei. Eu mesmo usei a tribuna para fazer a
oração à bandeira; o jornalista me pediu a oração, eu entreguei o que tinha escrito
e nada, absolutamente nada. Nós vamos ficar quietos? Não é por mim, que não
estou mais em idade e nem preciso disso, porque ocupo quando quero os meios de
comunicação social e apregôo o que faço quando bem entendo, haja vista a
Brigada Militar no Centro da Cidade, Grupamento do Corpo de Bombeiros; está
sendo erguido e será inaugurado dia 15 de dezembro o monumento ao policial,
verba para o Pronto-Socorro. Eu não preciso disso, mas acho um afronta. Sr.
Presidente, como Presidente desta Casa, tem que tomar uma providência, por que
esta Casa não é divulgada? Deve haver alguma razão. Eu não encontro a razão
para isso.
Hoje nós temos um massaroco
de assuntos em Pauta e a nossa Sessão vai da Tribuna Popular, como Vs. Exas.
perceberam aqui, que a comunidade do Jardim Vila Nova clamava pela falta de
estrutura do reassentamento pelo DEMHAB de mais de 90 famílias, e nada, amanhã
não sai nada. E, como esses, outros problemas que se esvaem completamente no
silêncio, e a Casa se conforma com isso. Eu que estive 16 anos na Assembléia,
fico alarmado. V. Exa., Ver. Negrinho, que está olhando aí, vem aqui na
tribuna, faz os maiores protestos e ninguém lhe dá bola, isso fica entre V.
Exa. e os 32 Vereadores.
É praticamente como um
clubezinho em que se encontram, assim como os imortais da Academia de Letras,
para tomar o seu chazinho e que ficam em interlóquios entre eles, e nada. Porto
Alegre não sabe de nada que se passa nessa Câmara. Por quê? V. Exa. tem que
responder, tem de que saber por quê? É verba que precisam? Vamos patrocinar a
imprensa para que seja divulgada a Casa? Isso é muito triste.
Eu hoje vim aqui falar, propriamente de algo que queria apregoar, mas fiquei pensando, do que adianta eu dizer, do que adianta eu falar, eu alertar Porto Alegre, se Porto Alegre não vai ser alertada, se Porto Alegre não vai tomar conhecimento do que eu digo, vale a pena dizer, proferir, desvendar algum assunto? Não.
Eu queria dizer a V. Exa. que vejo cada vez mais, o Estado encolher, estou quase que apatetadamente postado diante de mais uma coisa que o Estado faz, o Estado quer exterminar os motoristas. V. Exas. viram na “Zero Hora” de hoje a repetição do que está se dando no Palácio Piratini, querem terminar com os motoristas, não sabem eles que os motoristas são de uma importância tremenda. São eles que zelam pela viatura de 1º e 2º escalão, seja a viatura da Brigada Militar ou da Polícia Civil. Porque ao soldado é distribuída a viatura e ele zela por ela. Ele é o dono da viatura. Ele é o responsável pela viatura. E na Polícia Civil não! Quem tiver com a chave ou quem quiser a chave pega e sai com a viatura. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nobre Ver. Pedro Américo
Leal e Srs. Vereadores, com relação ao Plenário desta Casa, gostaria de
informar que primeiramente houve a recuperação da iluminação do Plenário Otávio
Rocha. O som não se encontra adequado às necessidades de um Plenário daquela
dimensão, conseqüentemente, determinamos a elaboração de um Projeto, que já
deve ter sido apresentado. Está sendo formulada uma licitação a fim de se
instalar o som no Plenário Otávio Rocha, inclusive atendendo uma procedente
sugestão do Ver. Pedro Américo Leal. Agora, S. Exa. não pode imputar a esta
Casa, a esta Mesa Diretora e a esta Presidência uma responsabilidade direta.
Tem sim responsabilidade esta Mesa Diretora e a Presidência da condução
administrativa, mas ela está tomando providências com relação a isso.
Com relação à questão da
divulgação desta Casa, ela tem um corpo de divulgação, de comunicadores, isto é,
um setor específico, que S. Exa. sabe do esforço. Há pouco S. Exa. dizia do
fato de um jornalista lhe procurar para pedir elementos em relação à
comemoração do Dia da Bandeira. Tenho conhecimento, e S. Exa. também, das
dificuldades e da competição que enfrenta a Câmara Municipal, num processo
normal, em relação à divulgação, quer seja com o Governo Estadual, com as
Secretarias Estaduais, com a Assembléia Legislativa, com os Deputados, com a
Prefeitura e com os Secretários Municipais.
Quero dizer que houve, neste
ano um aumento de notícias da Câmara Municipal nos jornais, nas rádios e
televisões desta Cidade, foi um esforço nosso, da Mesa Diretora e de todos os
Vereadores desta Casa que têm se preocupado permanentemente com esta questão.
Poderia, cada Bancada, nomear um representante para discutirmos essa questão e
cobrarmos, pois esta questão já foi amplamente debatida, da ausência de
matéria, de assuntos que ocorrem na Câmara e, infelizmente, não são divulgados,
o que seria de extrema importância.
Eu gostaria que a Bancada de
V. Exa. designasse V. Exa. como um dos interlocutores para encaminhar esta
questão e ser um porta-voz dessas inquietudes e desses problemas junto aos
meios de comunicação social aos quais V. Exa. tem, sem sombra de dúvidas, um
relacionamento muito próximo, respeitoso e íntimo com os dirigentes desses
veículos de comunicação. Fazemos um apelo a V. Exa., com a experiência de V.
Exa., para que colabore com a Mesa, com a Casa, para que este problema apontado
por V. Exa. encontre no futuro uma equação razoável. Muito obrigado, Vereador.
Para um Requerimento, a
palavra com o Ver. Guilherme Barbosa.
O SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Sr. Presidente, o PLC E 04/96 está desde o dia 8 de agosto na CCJ,
com o Relator determinado e não anda. Já aconteceu um problema semelhante com o
Código Municipal de Saúde e espero que isso não se repita. Então, o
Requerimento é para que V. Exa. contate a CCJ, o seu Presidente, para verificar
o que está acontecendo.
O SR. PRESIDENTE: Esta Presidência determina
à Diretoria Legislativa que gestione junto à Comissão de Justiça, pois estamos
em fase final de Sessão Legislativa e ano Legislativo, uma agilização de
processos. Estamos determinando à Diretoria Legislativa que faça este
levantamento e cobre os diversos Presidentes de Comissões desta Casa, não só o
processo de V. Exa., mas um apelo à sensibilidade de todos os Senhores
Vereadores, conquanto nós estamos em final de Sessão Legislativa e em final de
Legislatura, da importância do exame dessas matérias e que cheguem o mais
rápido possível no Plenário.
Este Vereador, considerando
que estamos no término de uma Legislatura, vai consultar as Lideranças, quanto
à sobrecarga de trabalho, e a Mesa Diretora, para estendermos os nossos
trabalhos até o dia 31 de dezembro, em Convocação Extraordinária. Felizmente,
para o bem da Cidade, não há ônus nenhum, conquanto nas Convocações
Extraordinárias esta Casa têm uma posição de exemplo para os legislativos do
País, pois não recebe por ocasião da mesma, quer seja por iniciativa do
Prefeito ou por iniciativa desta Casa.
O SR. RAUL CARRION (Questão de Ordem): Gostaria de ter uma
informação. Nós, como é conhecido de todos, havíamos solicitado uma ampla
discussão do Plano Diretor através de uma Comissão Especial desta Casa.
Chegamos a uma concordância de retirar esse pedido de comissão, na medida em
que haveria um trabalho encaminhado conjuntamente pelas Lideranças da Casa e a
Mesa. Ontem, surpreendentemente, recebi um documento, que não é assinado por
ninguém: “Segundo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente - A
Câmara e a Comunidade - Cronograma das reuniões”. Hoje se realizou uma reunião,
esse cronograma não foi discutido pelas Lideranças, nem pela Mesa. Estou
surpreso, não sei de quem é essa iniciativa, porque não tem assinatura nem
identificação.
O SR. PRESIDENTE: Houve um cronograma que foi
apresentado na reunião da Mesa com as Lideranças, certamente deve ser esse
cronograma que foi relido por ocasião da primeira reunião do Segundo Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano.
O SR. RAUL CARRION: Que Reunião de Lideranças
foi essa?
O SR. PRESIDENTE: Eu não me recordo agora. Eu
não li, mas eu tenho a convicção, se eu imagino o cronograma, é o cronograma
estabelecido em comum acordo com as Lideranças e a Assessoria Especial da Casa.
O SR. RAUL CARRION: Eu esclareço que esta
Liderança não foi convidada para essa reunião.
O SR. PRESIDENTE: É a reunião em V. Exa.
estava.
O SR. RAUL CARRION: Não. Esse cronograma não
foi apresentado.
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, nós temos
convidados na Casa para assistir ao Grande Expediente que se destina a
homenagear a Associação Cristã de Moços. Requeiro a V. Exa. que, de imediato,
inicie o Grande Expediente. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE: Apregoamos a solicitação de
autorização para afastar-se do País em razão de viagem à Argentina, de 20 a 22
de novembro, o Sr. Prefeito Municipal - Ofício Nº 489/Gabinete do Prefeito/Paço
dos Açorianos.
Convidamos o Ver. Mário
Fraga, Vice-Presidente desta Casa, para assumir a Presidência dos trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Mário Fraga): Passamos ao
GRANDE
EXPEDIENTE
Hoje, o Grande Expediente é
destinado a comemorar os 95 anos da Associação Cristã de Moços - ACM - nos
termos do Requerimento 173/96, de autoria do Ver. Wilton Araújo - Proc.
2656/96.
Convidamos a compor a Mesa: o
Presidente de Honra da ACM, Sr. Mário Jarros; o Secretário Substituto da Saúde
do Estado Dr. Carlos Pigatto; o Secretário-Geral da ACM, Sr. Marco Antônio
Hochscheit.
Passamos a palavra ao Ver.
Wilton Araújo que usará o tempo do Ver. Mário Fraga.
O SR. WILTON ARAÚJO: (Saúda os componentes da
Mesa.) De início gostaria de me dirigir a todos os convidados da ACM, em
especial a todos os jovens, crianças que estão aqui, que estudam e têm na
responsabilidade da ACM a sua formação e a sua informação.
Vocês puderam, hoje, ter um
pequeno exemplo de como se desenvolve, desenrola e se pratica a democracia na
Cidade de Porto Alegre. E dentre tantas virtudes que os homens devem ter, devem
aprender a ter é a paciência, certamente. E hoje vocês tiveram uma enorme lição
de como aprender a ter paciência.
Mas, tenho certeza, também,
de que esse aprender a ter paciência vai servir para vocês no futuro, porque
não é todos os dias que se tem oportunidade de vislumbrar de forma direta, real
como trabalha a Câmara Municipal de Porto Alegre.
Tenho a honra de falar não só
em nome da minha Bancada, o PDT, mas também em nome das Bancadas do PTB e do PC
do B.
Nos reunimos, mais uma vez,
nesta Casa, para marcar uma data importante, não só comemorar, mas refletir
sobre o que ela significa. E tão profunda é a significação de 95 anos da
Associação Cristã de Moços que mereceria, talvez, até mais do que um simples
Grande Expediente desta Casa.
Mas tenho certeza de que
saberemos, dentro deste Grande Expediente, levar e desenvolver aquilo que a
Casa e o povo de Porto Alegre desejam, que é homenagear a Associação Cristã de
Moços, fundada em 06 de junho de 1844, em Londres, por George Williams, que se
desenvolveu dentro do espírito de ensejar à juventude novas perspectivas de
vida, sempre dentro dos ideais cristãos.
O pequeno grupo inicial, que
além do fundador contava com outros 11 jovens, foi se desenvolvendo, a
princípio por toda Inglaterra, posteriormente por vários países do mundo,
dentre eles o Brasil, cuja primeira ACM foi fundada em 1893, no Rio de Janeiro.
Suas atividades foram-se
diversificando com o passar dos anos, englobando, hoje, a educação, a
assistência social e o esporte. Na Cidade de Porto Alegre a ACM foi fundada em
26 de novembro de 1901, onde conta com uma programação voltada ao ensino,
prática desportiva, ocupação do tempo livre e assistência social.
Na sede da Rua Washington
Luiz, além das escolas de 1º e 2º graus profissionalizantes, encontramos um
parque esportivo com canchas polivalentes, incluindo-se piscina térmica e
coberta, e outras dependências voltadas à prática de esportes.
No Bairro Passo D’Areia a ACM
possui uma escola pioneira, atendendo o estudante em turno integral, o que,
pessoalmente, ao meu Partido, e a outros Partidos com representação nesta Casa,
tem um significado muito especial: a escola de turno integral, preconizada e
desenvolvida pelo PDT, em nível nacional, e que, infelizmente, em muitas
cidades, por exemplo a nossa, não teve a continuidade do ensino público
integral, mas a ACM desenvolve com muita maestria, com muito afinco e
dedicação, e certamente as crianças que fazem o turno integral têm o amparo
desejado por seus familiares.
Na Vila Cruzeiro do Sul a ACM
assumiu a Fundação Casemiro B. Kurtz, onde a comunidade é atendida através de
creche, escola e posto médico. Na Nova Tijuca, a Unidade Assistencial Antonio
Moreno Morales, proporciona atendimento médico odontológico. Em outras
localidades, mas sob a coordenação direta da ACM de Porto Alegre, um intenso
programa de acampamentos é realizado na sede, localizada em Canela, além dos
programas desenvolvidos em Tramandaí, onde a ACM conta com a casa de veraneio.
Essas, Senhoras e Senhores,
são algumas iniciativas desenvolvidas pela ACM que coroam a sua existência em
Porto Alegre. Todas essencialmente voltadas para o desenvolvimento da pessoa
humana. Esse trabalho não seria possível sem o auxílio dos inúmeros voluntários
que dão a sua contribuição para o crescimento dessa grande família. Uma família
que trabalha com fé no Criador para que todos sejam um. Ao longo desses 95 anos
um intenso caminho já foi trilhado, mas todos nós sabemos que muito ainda falta
a ser vencido. Nesse sentido convidamos a todos a projetarem um mundo onde as
fronteiras somente sejam laços de amizade, onde os caminhos nos levem na
direção do aproveitamento dos conceitos mais dignos desenvolvidos pela
humanidade. Esse caminho por muitos considerado utopia, na ACM já é considerado
realidade. Esse é o universo da ACM, um movimento voluntário, cristão,
ecumênico, ao qual todos estão convidados a conhecer, participar e ajudar a
transformar melhor o nosso mundo.
Aproveitamos a oportunidade
para apresentar em nome da Casa, do povo de Porto Alegre, nossas congratulações
a atual direção da ACM, que tão dignamente tem conduzido, nos seus 95 anos de
serviço, a coletividade de Porto Alegre. Acrescentaria mais: para mim
pessoalmente, tem um significado muito profundo este dia de hoje, dos 95 anos.
Assim como vocês, os estudantes, eu cresci na ACM, fazendo desde o início das
primeiras classes, vendo meu pai, Viton Araújo, sendo um dos seus
colaboradores. E ele, juntamente com a ACM, soube criar dentro de mim as
melhores coisas: as virtudes. Por isso, e por ser também, talvez, um dos
últimos pronunciamentos em Sessões Solenes que faço nesta Casa, traz também uma
outra coisa que toca o coração da gente. Estou na Casa há 14 anos, e muito por
responsabilidade de amigos e pessoas que hoje estão aqui e que são também colaboradores,
como eu da ACM, tem um significado muito especial, muito além daquilo do
normal, daquilo que seria a homenagem normal, faz tocar lá no fundo, no coração
da gente.
Por tudo isso, para mim, e
importantíssima a presença dos Senhores aqui. E a Cidade de Porto Alegre
sente-se honradíssima com a presença dos Senhores ao comemorar os 95 anos e
certamente vai deixar no coração deste Vereador, em fim de mandato, um abraço
gostoso daqueles que são amigos. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Presidente da Casa foi
tolerante com o orador, porque sabe dos motivos e sabe da admiração do Ver.
Wilton Araújo pela ACM.
O Ver. Luiz Negrinho está
inscrito, mas cede o seu tempo ao Ver. Reginaldo Pujo.
O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Caríssimos
presentes e, especialmente, ao Dep. Germano Bonow que teve a gentileza de nos
telefonar ainda esta tarde do aeroporto, ele que aguarda o embarque para
Brasília, e que solicitou ao Dr. Pigatto que às duas horas da tarde, hora que
havia sido aprazado para esta homenagem, aqui estivesse, dado que são
indiscutíveis os vínculos que o Dep. Bonow tem com a ACM, integrante que é,
inclusive, dos seus órgãos colegiados.
Srs. Vereadores, Senhoras e
Senhores, como disse o Vereador proponente desta homenagem, Ver. Wilton Araújo,
no processo democrático, às vezes, temos alguns percalços para se chegar a
algum objetivo e a juventude deve-se familiarizar com a circunstância de que,
até para fazer a democracia, todos nós temos que ter um sentido de
responsabilidade que certamente a ACM é um dos exemplos mais eloqüentes que nós
podemos encontrar, aonde o jovem é preparado para a vida com esse sentimento de
responsabilidade e liberdade.
Eu tenho um prazer muito
grande nesta tarde de, por deferência do meu amigo pessoal, Ver. Luiz Negrinho,
usar da tribuna para, em nome do PFL e do seu Partido, PST, prestar uma
homenagem à ACM, com a responsabilidade de ter recebido idêntica procuração do
Ver. João Dib, o nosso decano entre os Vereadores, e do Ver. Pedro Américo Leal
que, como integrante do PPB solicitou que integrasse essas três Bancadas na
homenagem que hoje se faz, com muita justiça, aos 95 anos da Associação Cristã
de Moços.
Pediu-me, inclusive, o Ver.
João Dib que não esquecesse de acentuar a circunstância de que a ACM introduziu
no Brasil o Dia das Mães, fato que ele lembra, sistematicamente, a todos os
anos, quando junto com a ACM, esta Casa promove uma homenagem às mães aqui no
Legislativo de Porto Alegre.
Pessoalmente, eu disse que
sou muito feliz em participar dessa homenagem, porque eu tenho um raro
privilégio de ser vizinho da sede central da ACM, morador que sou na Rua Cel.
Genuíno, privilégio esse que eu partilho com a minha família, que em várias
ocasiões freqüentam a ACM, usufruem daquele clima propício que ali se
desenvolve, em alguns casos buscam alguns aprendizados e eu tenho até que
confessar que depois de assustado com um pequeno acidente que tive com o meu
filho de 16 anos que, pela primeira vez conheceu uma piscina, quase morreu
afogado, eu providenciei imediatamente que ele aproveitasse da vizinhança e se
iniciasse na natação, exatamente na ACM.
E ali eu vi os meus sobrinhos, vi vários dos meus familiares, por longos
anos, como associados que são, usufruirem desse clima favorável, alguns
inclusive na própria escola que a ACM mantém, com um padrão de qualidade muito
grande.
Essa é a entidade que a
sensibilidade do Ver. Wilton Araújo nos permite homenagear no dia de hoje e que
nos dá a alegria especial de ver chegarem à Casa do Povo de Porto Alegre
algumas pessoas que, por todos os méritos, são reconhecidas neste Município.
Entre os nossos homenageados de hoje eu destaco o Ver. Geraldo Stedile, amigo
de minha família, um dos grandes parlamentares que a Cidade de Porto Alegre
conheceu e que, como todo grande homem desta Cidade, tem vínculos com a
Associação Cristã de Moços. E se não bastasse o Dr. Stedile, um bom exemplo de
legislador, citadino, nós temos alguns servidores municipais, hoje já
aposentados, como o meu colega de secretariado, o Dr. Arnold, que nos dá a
alegria da sua presença entre nós e que forma esse buquê de flores que
ornamenta esse jardim que pretende ser essa homenagem.
Por isso, e dentro do
objetivo de me prender ao Regimento da Casa, de falar estritamente no período
que me é destacado, e diante da inclemência do tempo, que é marcadamente
célere, especialmente no relógio em que o digno Presidente da Casa controla o
tempo, eu quero reafirmar, em nome do PFL, do PST, do PPB, as nossas mais
profundas homenagens a essa entidade cujos qualificativos nós ficaríamos
permanentemente desfilando aqui, nesta tribuna, até nos tornando enfadonhos,
dada à relevância dos serviços qualificados que essa entidade, ao longo de 95
anos, tem propiciado à Cidade de Porto Alegre: no esporte, na educação, na
cultura, no lazer, na socialização da juventude que aprende, naquele ambiente
favorável onde se desenvolvem as atividades da ACM, a conviver em sociedade, a
conviver amistosamente, a conviver dentro de um sadio espírito cristão e,
sobretudo, a conviver tendo em vista a responsabilidade para com a sociedade,
para com o Estado e para com a pátria.
Então, eu me permito
transmitir aos representantes da ACM, que hoje aqui se encontram e que foram
galgados à posição de integrantes da Mesa Diretora dos trabalhos, ao seu grande
benemérito Dr. Jarros, ao seu atual Secretário-Geral, o meu abraço e que
distribuam esse meu abraço lá na ACM, com o Edson Chaves e com tantos amigos
nossos e amigos da Cidade de Porto Alegre, com tão destacados integrantes da
sociedade gaúcha que ali, na ACM, desenvolveram, na plenitude, essa
prerrogativa e que criaram um ambiente propício para que essa juventude que
hoje nos visita possa aproveitar o sadio clima ali estabelecido.
Muito obrigado, em nome dos
Partidos que represento, aos senhores, que criaram essa entidade aqui, na
Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado e que o exemplo de vocês prospere e que
o Legislativo de Porto Alegre possa em outras ocasiões, dentro dos trâmites
regimentais e até por sobressaltos como ocorreu hoje, render as justas
homenagens. Venham sempre a esta Casa, porque esta Casa sempre estará em pé
para aplaudir a nossa ACM. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário
está com a palavra.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: (Saúda os componentes da
Mesa e demais presentes.) Especialmente quero saudar a presença de tantas
crianças nesta Casa, o que sempre nos deixa absolutamente felizes, dizer que,
para mim, também é uma honra, uma alegria falar em nome da Bancada do PT, nesta
Sessão, e nos somar à homenagem proposta pelo Ver. Wilton Araújo que comemora
os 95 anos da Associação Cristã de Moços, a nossa ACM.
E por que dizemos a nossa
ACM? Porque são parte desse cotidiano, são parte das salas de aula, são parte
do esporte, são parte de um projeto de educação e representam, no dia de hoje,
todos aqueles alunos que passaram pelas salas de aula, por aqueles corredores,
por aqueles espaços de esporte, de lazer, por aqueles prédios que contam a
história que a ACM ocupou e ocupa na nossa Cidade. Agora, é verdade que quando
nos referimos à ACM, pensamos na capacidade, na contribuição que ela oferece
enquanto uma instituição de educação das mais importantes da Cidade de Porto
Alegre para os seus alunos, para a comunidade escolar, para os seus pais, mas
também, pensamos na contribuição que ela dá, pelo seu exemplo cotidiano ao
conjunto da Cidade de Porto Alegre e ao Sul deste País e ao nosso Estado.
Digo isso porque, daqui a
cinco anos, quando comemorarmos o centenário dessa instituição, estaremos todos
em festa, certamente a Câmara Municipal de Porto Alegre novamente estará
reunida prestando a sua homenagem à Associação Cristã de Moços. Daqui até lá,
nesses breves 5 anos, já teremos dado um salto, um pulo para um novo século,
para um novo milênio. E para uma instituição que trabalha, no seu cotidiano,
com crianças e jovens, que tem, como objeto principal, sua matéria-prima, sua
essência, o trabalho com crianças e jovens, certamente que isso não é uma
questão não relevante. Aproxima-se de um centenário de ações voltadas à criança
e ao adolescente, nas suas diferentes faixas de idade, mas que enseja um
processo que é individual para cada um de vocês, mas que é coletivo quando se
transforma em uma instituição, numa escola.
De fato, às vésperas desse
milênio, nós trabalhamos com muitos conceitos de competitividade, de dar certo,
de individualismo, com uma revolução tecnológica, como o da rapidez da
informação, da comunicação da INTERNET, dos computadores, da microeletrônica,
tantos conceitos que nos fazem - num segundo apropriado de tecnologia -, nos
relacionar com todo mundo e, certamente que nesses próximos 5 anos muito mais
ainda descobriremos.
É certo, também, que uma
instituição de ensino, aos seus 95 anos, tem, como patrimônio principal, não
somente o que pode oferecer em termos de relação com a vida moderna e com todo
esse arcabouço que ela oferece, mas o fundamental que ela coloca acima de tudo.
Nós nos honramos em cumprimentar a ACM pelos seus 95 anos, porque temos a
certeza que o ser humano está acima de tudo. É por isso, que neste dia, quando
olhamos para a ACM e ficamos satisfeitos e alegres, queremos, também, fazer uma
reflexão sobre o que nós buscamos para toda a sociedade, pois os nossos sonhos
são muito grandes, mas podem ser alcançados. Nós queremos que aquilo que é um
direito alcançado pelas famílias, pelos cidadãos, hoje, nesta instituição de
ensino que nos deixa feliz, seja uma realidade cada vez mais concreta para
todas as crianças e jovens deste País.
Neste sentido, nos preocupa
quando vemos o Estado recuar da sua obrigação primeira, especialmente nas áreas
sociais de educação, saúde, direitos sociais e de garantia dos direitos da
pessoa humana, e vemos isso, por exemplo, agora, com medidas concretas que, se
não atingem diretamente a ACM - permitam-nos fazer uma reflexão neste momento -
atingem a nossa educação no Município de Porto Alegre. Temos, hoje, uma Emenda
sendo discutida no Congresso Nacional, que deverá reduzir os recursos vindos
para Porto Alegre, para a nossa Secretaria Municipal de Educação. Do aporte de
recursos federais que devem ser destinados para a educação do Município de
Porto Alegre, deveremos ter reduzidos, se aprovada essa Emenda, cerca de 8
milhões de reais. Preocupamo-nos, não queremos ver reduzidos esses recursos.
Precisamos, enquanto Câmara de Vereadores, posicionarmo-nos sobre essas medidas
que, no Congresso Nacional, na esfera pública federal, penalizam o Município,
ao mesmo tempo em que forçam a municipalização.
É certo, Ver. Wilton Araújo,
quando nos antecedeu, falou dos aspectos importantes dessa escola e de uma
característica que também nos faz orgulhosos em tê-la entre nós, que é o fato
de ser de turno integral. Não temos qualquer problema de princípio contra as
escolas de turno integral, nem tampouco o PT. Temos nós um dilema puro de ser
enfrentado, - e tem de ser enfrentado - no sentido do caminho da
universalização no atendimento público, porque, muitas vezes, não conseguimos
dar atendimento no turno integral. Não tivemos, ainda, nenhuma esfera que
conseguiu, de forma permanente, colocar isso que deve ser uma preocupação de
todos nós. Mas estamos caminhando, em Porto Alegre. Eu digo isso também numa
homenagem a vocês, porque, certamente, se tivermos a universalização do acesso
à escola, ou seja, se todo mundo puder ir para a escola, se todo o mundo tiver
acesso à saúde, se todos tiverem o direito a uma família que tenha emprego e
respeito dentro dela, vamos viver em uma sociedade melhor para todos nós, para
os alunos da ACM, para os alunos das escolas públicas do Município, para todos.
Muitas são as respostas que temos que dar como educadores e como Vereadores de
Porto Alegre. Mas essas respostas também se encontram na prática construtiva e
de respeito na contribuição de uma instituição como a ACM. A Casa, certamente,
pela iniciativa do Ver. Wilton Araújo, aprende muito com a presença de todos
vocês aqui.
Queremos colher, da sabedoria
desses 95 anos, tudo o que for possível, para que possamos contribuir ainda
mais com a nossa Cidade. Recebam um abraço carinhoso do PT. Muito obrigada.
(Palmas.)
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Paulo Brum cede o
seu tempo ao Ver. Jocelin Azambuja.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Senhor Presidente e Srs.
Vereadores. (Saúda os presentes.) Nós, do PTB, não poderíamos deixar de nos
manifestar neste momento pela deferência do Ver. Paulo Brum, Vice-Líder da
nossa Bancada, que nos cedeu o tempo para que pudéssemos prestar a homenagem
aos 95 anos da nossa ACM. Também na condição de Presidente da Comissão de
Educação, Cultura e Esportes desta Casa, não poderia deixar de homenageá-los,
até porque a ACM tem sido uma parceira constante na Comissão de Educação, das
atividades que a Comissão tem desenvolvido. Recentemente, ainda, quando fizemos
um seminário que analisava a questão das drogas quando lançamos uma campanha
que hoje mobiliza o Conselho Municipal e o Conselho Estadual de Entorpecentes e
as entidades ligadas à área dizendo que é fundamental o debate sobre a questão
das drogas e o alerta que se deve fazer à comunidade, à escola e à família.
Precisamos estar alertas, atentos, para poder preservar a integridade física e
psicológica da nossa juventude. Todos querem um futuro, mas é fundamental que
possamos, dentro das responsabilidades que todos nós temos, preservá-los e
dar-lhes, de fato, as condições ideais de desenvolvimento.
A ACM tem sido esta parceira
constante das atividades que a Câmara de Vereadores realiza e eu posso dizer,
com toda satisfação, que sempre tenho visto, em todos os momentos da Casa, a
ACM presente, não só por ser nossa vizinha, mas por ser uma instituição de
ensino preocupada com a sua Cidade, com aquilo que a cerca e foi muito feliz o
Ver. Wilton Araújo em ter requerido esta homenagem especial, porque 95 anos de
uma instituição de ensino em um País onde a educação não é valorizada, em que
as autoridades públicas não dão o devido destaque à educação, em que as verbas
que se aprova são aquém daquilo que se deveria dar à educação, seja aqui na
Câmara de Porto Alegre, na Assembléia Legislativa, na Câmara Federal ou no Senado. Realmente estamos carecendo de
uma educação que faça a nossa sociedade avançar.
Vivemos, hoje, um momento
muito grave para a educação em nosso País, um momento de profundas reflexões. A
esfera pública e por conseqüência, a esfera particular onde está a ACM são
atingidas por esta desestruturação da educação que existe em nosso País. Há uma
necessidade de tomada de consciência muito grande das responsabilidades que
temos para a formação desta juventude, porque as conseqüências da
desestruturação do nosso País estão refletindo em todas as áreas. E a escola
privada, assim como a escola pública, sofre com essas relações.
Então, a ACM, apesar de todos
os seus esforços e do trabalho intenso de todos os que a dirigem, sofre as
conseqüências de toda essa desestruturação que passa pelos meios de
comunicação, que em quase nada ajudam a construir uma sociedade melhor. Os
meios de comunicação não dão exemplos positivos a nossa juventude; pelo
contrário, ajudam a difundir, cada vez mais, exemplos negativos. E a sociedade
como um todo fica omissa, assistindo a toda essa desestruturação principalmente
de ordem moral da nossa sociedade, que reflete na família e que acaba
desaguando no segundo componente social, que é a escola. Destruídas a educação
e a família, fica um país fácil de se dominar, como é o nosso Brasil: uma
grande colônia metida a desenvolvida, porque tem Internet e televisão colorida.
Alguns pensam que estamos num País desenvolvido, mas a dura realidade é que não
estamos num País desenvolvido, embora alguns de nós sejamos desenvolvidos. Este
País tem carências profundas que estão cada vez mais latentes, sendo impostas à
sociedade com a deterioração de todas as estruturas que temos.
Qual é a moral de hoje? Que
tipo de moral vamos passar à juventude para que eles possam, amanhã, serem
cidadãos de fato dessa sociedade? São reflexões que devemos aprofundar. Essa
sociedade em que os exemplos das minorias passam a ditar o comportamento das
maiorias. Não estamos fazendo as reflexões adequadas.
Considero muito importante
que a ACM, nestes próximos cinco anos que antecederão os 100 anos de trabalho e
desenvolvimento pela educação, faça essas profundas reflexões junto com os pais
desses alunos, junto com os professores desses alunos e discuta com as outras
escolas, e discutam com os outros pais, e discutam com os outros professores
que caminhos, que futuro nós realmente queremos dar a esta sociedade. Qual a
moral que nós vamos dar para a geração do novo milênio? Quais os exemplos
morais que nós vamos dar enquanto cidadãos desta Cidade? Eu acho que este tipo
de reflexão nós precisamos fazer, porque nós estamos à beira de um grande caos
moral e quem diz isso não sou eu, são os sociólogos, os estudiosos, são os
pensadores. E justamente o grande caminho para se tentar reverter todo esse
processo de auto-destruição da sociedade é esta sociedade refletindo sobre
todas estas posturas que tem assumido e procurando projetar realmente um
comportamento que possa fazer com que o Brasil um dia possa se orgulhar de ter
cidadãos livres, com educação, com dignidade, que possam realmente assumir
aquela bandeira, que possam assumir esta Pátria e que possam realmente dizer
que são, não o futuro, mas o presente de um grande País. Muito obrigado.
Parabéns à ACM.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Ruas está com a palavra no tempo de
Liderança que lhe cede o Ver. Nereu D’Ávila.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Os 95 anos da
ACM são, para todos nós, motivo de alegria imensa. De qualquer maneira, cada um
de nós, Ver. Wilton Araújo - proponente desta homenagem especial -, teve
contato na sua vida e motivo de sobra para se orgulhar dos 95 anos da ACM. Cada
um de nós, de alguma maneira, teve esse tipo de contato. Particularmente, na
minha adolescência, fiz classe na ACM, e há pouco falava com o Marco Antônio
sobre isso, como é que se fazia naquele tempo, e já se vão 25 anos. Por tudo
que a ACM representou, por tudo que representa em termos de ensino, de
educação, de preparo das pessoas, o velho “slogan” acemista do “corpo são e
mente sã”, as vinculações internacionais da ACM, sempre com o mesmo propósito,
com o mesmo objetivo, a não distinção de aspectos religiosos ou ideológicos
para recebimento de ajuda da ACM, tudo isso é um patrimônio conquistado ao
longo de 95 anos que, para todos nós é motivo de orgulho.
Claro que para todos nós,
Ver. Pedro Américo Leal, esse orgulho é redobrado na figura dos dirigentes, dos
ex-dirigentes, das pessoas responsáveis diretamente pela concretização desse
patrimônio. Mas nós, representantes da população de Porto Alegre, temos esse
mesmo orgulho porque aqui na ACM, na Washington Luiz, e a partir do dia 26 na
Demétrio Ribeiro também, aqui no centro da Cidade temos a realização de um
sonho a cada dia, 365 vezes por ano, 95 anos já. Temos na ACM um exemplo
perfeito daquilo que gostaríamos de ter nas instituições de ensino. Para todos
nós o modelo acemista de ensino, de educação supera na verdade, quase todas as
propostas existentes, sejam oriundas dos partidos políticos, sejam oriundas de
educadores, pedagogos.
A ACM conseguiu realizar e
concretizar o sonho de quase todos nós. Ela tem a síntese, tem sido a síntese,
nesses 95 anos, do que tem de melhor na educação. Consegue proporcionar para
outras pessoas um tipo de formação, seja em termos de lazer, seja em termos de
cultura física, excepcional, que poucas entidades conseguem oferecer, e nenhuma
por 95 anos.
Para todos nós, é motivo de
orgulho muito grande o 95º aniversário da ACM, poder agora, por iniciativa do
Ver. Wilton Araújo, que também é responsável por esse sucesso, que também
participou da realização e concretização desse sonho na direção da ACM, nos
seus quadros, estarmos aqui, ter a oportunidade de prestar essa homenagem, Sr.
Presidente de Honra.
Para todos nós, o mandato é
sempre passageiro. A Cidade renova, com razão - é a essência da democracia -,
os seus representantes. Em algum momento não estivemos e em algum momento não
estaremos aqui, mas nos 95 anos estávamos, como estamos hoje.
Para todos nós, é uma alegria
muito grande deixar registrada essa homenagem de Porto Alegre a uma entidade
que, ao longo de sua existência homenageou toda a sociedade, lutou por toda a
sociedade. Recebe, hoje, essa singela homenagem, quando, por 95 anos homenageou
a Cidade, o Estado, o País.
Por isso é importante que os
próximos 5 anos e os próximos 90 depois dos cinco encontrem sempre pessoas como
são vocês, como são os dirigentes, como são os professores e como são os
alunos, que conhecem bem o ensino e a educação na ACM. Que pessoas consigam
fazer mais 95 anos, deixando para todos nós o orgulho de, em cada aniversário,
podermos homenagear a ACM. Meu parabéns. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Fala em nome da ACM o
Sr. Secretário-Geral Marco Antônio Hochscheit.
O SR. MARCO ANTÔNIO HOCHSCHEIT: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Senhoras e Senhores. A família acemista aqui representada pelos
nossos sócios básicos, diretores, colaboradores, voluntários, ex-presidentes,
secretários profissionais, professores, alunos de nossa escola. (Lê.)
“A honra que nós é concedida
por esta Casa, neste Grande Expediente, requerido pelo Ver. Wilton Araújo,
muito nos sensibiliza e por isso somos agradecidos. Nossas lutas pela
comunidade e cidadania são afins e por isso nos identificamos. Senhores, há 95
anos, num dia 26 de novembro, um grupo formado por pessoas desta Cidade,
preocupadas com o futuro espiritual e moral, especialmente da juventude,
fundava a Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, com o objetivo de, a
exemplo do que já acontecia na Europa e Estados Unidos da América, receber e
proporcionar, aos jovens, um ambiente sadio de integração - sem preconceitos de
clero, raça ou ideologias .
Dificuldades e compromissos
colocaram à prova a determinação daqueles abnegados, por onze anos. A falta de
secretário profissional e de um endereço fixo contribuíram para aqueles anos
fossem de angústia e interrogações.
Foi a partir de 1912 que
novos rumos foram traçados e o trabalho reiniciado em novas bases e com um
endereço - senão definitivo - pelo menos fixo. Mas é a partir do ano de 1925,
quando o casal Comendador Antônio de Oliveira Maia cede, por doação, uma
propriedade localizada na então Rua Pantaleão Telles (atual Washington Luiz),
para que ali se instalasse a ACM de Porto Alegre, é que as expectativas ganham
contornos de realidade. Após quatro anos a mudança é feita e a ACM ganha um
endereço fixo e definitivo.
Apesar das dificuldades
comentadas, espaços foram abertos à comunidade e contribuições inseridas. A ACM
foi pioneira em muitas coisas. Foi ela quem introduziu, em Porto Alegre, a
comemoração do “Dia das Mães”, além da prática de esportes até então pouco
conhecidos, como o basquete, o vôlei, o futebol de salão, as corridas de rua, a
natação, o acantonamento e os acampamentos organizados e fixos. Hoje, ela
continua fomentando todas essas atividades esportivas, investindo, também, na
educação, onde suas escolas almejam preparar os alunos para a vivência do hoje
e o enfrentamento do amanhã, tendo em vista sempre o homem integrado ao seu
meio ambiente. Na área social-filantrópica, ela exercita a ajuda aos carentes e
marginalizados, sem incorrer no equívoco do paternalismo. Na área
sócio-recreativa-esportiva, a ACM valoriza o lazer aliado ao respeito ao
próximo e à formação de liderança cristã, que possa multiplicar a missão da
ACM, por meio da convivência.
Neste momento, sem abandonar
as práticas do seu nascedouro, a ACM direciona suas atividades para a promoção
da vida, como resultado de ações efetivas em todos os segmentos da sociedade.
Assim, a ACM é uma instituição que tem e exerce uma ação interativa dentro de
sua várias frentes de atuação, nos planos pessoal, social, político,
espiritual, cultural, educacional e filantrópico.
A ACM é, pois, uma entidade
integrada às comunidades onde desenvolve os objetivos para os quais ela foi
criada. Ele estende seus braços a essas comunidades estimulando, porém, seu
auto-desenvolvimento e a sua evolução dentro de suas peculiaridades sociais e
ambientais, de forma a estabelecer uma cadeia evolutiva de fatos capazes de
modificar uma condição de vida adversa e abrir-lhes horizontes.
A ACM, no Rio Grande do Sul,
se faz presente nas comunidades de Canela, Tramandaí, Livramento/Rivera e Porto
Alegre, onde há uma maior concentração de suas atividades.
Senhoras e senhores, ao
encerrar, permitam-me que lhes deixe a nossa Declaração de Missão:
‘Promover a Vida, buscando o entendimento entre as pessoas, visando a participação no processo de mudanças da sociedade, opondo-se aos preconceitos e injustiças, como o preconizado na mensagem cristã.’
Que Deus abençoe a todos. Obrigado.”
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Antes de encerrarmos o
Grande Expediente, gostaríamos de dirigir algumas palavras às crianças, para
que vejam o quanto é importante o trabalho das pessoas que estão ao seu lado.
Como Presidente - tive a
grata satisfação de presidir o Grande Expediente - quero ressaltar o quanto
foram sinceras as palavras do todos os Vereadores que falaram aqui. É muito
importante quando toca no coração das pessoas. Nesse momento, em que a educação
atravessa uma crise no País, foi muito importante mais uma homenagem do Ver.
Wilton Araújo. Nós convivemos quatro anos aqui e eu gostaria de quebrar o
protocolo da Casa. Um dos grandes amigos que fiz nesta Casa: Ver. Wilton Araújo.
Convido o Ver. Wilton Araújo para fazer a entrega da lembrança da Câmara
Municipal de Porto Alegre ao nosso convidado e aos homenageados, do livro
“Porto Alegre à beira do Rio”, de Luiz Miranda. (Palmas.)
(É feita a entrega da lembrança.)
Chega o momento do final do
Grande Expediente, nós agradecemos a presença de todos, a compreensão dos
alunos, das crianças que estiveram aqui, que tiveram a paciência e grande
educação.
Vamos suspender os trabalhos
para as despedidas. Muito obrigado. (Palmas.)
(Suspendem-se os trabalhos às 16h20min.)
O SR. PRESIDENTE (às 16h23min): Reabrimos os trabalhos.
O SR. EDI MORELLI (Requerimento): Que nós, devido o adiantado
da hora, façamos uma inversão dos trabalhos e entremos na Ordem do Dia.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Esclarecimento): Sr. Presidente, gostaria de
uma informação oficial da Casa, que pode ser respondida pela Comissão de
Educação, se houve designação, em reunião ou da Presidência da Comissão de
Educação, para acompanhamento do Processo eleitoral do Grêmio Estudantil do
Colégio Júlio de Castilhos. E solicito isso por considerar que houve uma
interferência do Ver. Raul Carrion no Processo de Eleição do Grêmio Estudantil
do Colégio Júlio de Castilhos. A partir da resposta da Comissão, já consultei
alguns membros da Comissão, e que foi negativa, tomarei alguma providência
dentro da Casa.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Na condição de Presidente da
Comissão, esclareço que não designamos nenhum Vereador para acompanhar o
processo e nem a Comissão se reuniu para analisar tal questão. O Ver. Raul
Carrion me procurou, no início da Sessão, me comunicando que havia comparecido
perante o Colégio Júlio de Castilhos, por solicitação que lhe havia sido feita
de que lá estava ocorrendo um processo eleitoral do Grêmio Estudantil da Escola
em que participou dando algumas opiniões e procedeu algumas sugestões em
relação à questão do pleito, pois há uma discussão judicial. E perguntou se a
Comissão devia acompanhar diretamente. Eu respondi que não, e se V. Exa. esteve
lá, e deu algumas sugestões, cumpriu com o dever de procurar ajudar. Mas acho
que enquanto Comissão não deveríamos acompanhar o processo, pois é uma questão
que os alunos devem resolver entre eles e até porque é uma escola estadual e
não está vinculada à esfera municipal, apesar de que nós, - enquanto Comissão
de Educação - sempre acompanhamos. De fato não houve nenhuma designação em
especial a respeito da Comissão de Educação lá no local.
O SR. PRESIDENTE: Obrigado, Ver. Jocelin
Azambuja, a 1ª questão da Vera. Maria do Rosário já foi respondida. Com a
palavra o Ver. Raul Carrion.
O SR. RAUL CARRION: Eu gostaria de esclarecer,
Sr. Presidente...
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, esta
Vereadora fez um Pedido de Informação, o Vereador respondeu à Mesa, esta
Vereadora se sente satisfeita com a resposta e não gostaria de entrar no
mérito, porque senão também deverá utilizar a palavra para dar a outra versão
dos fatos.
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Raul
Carrion em tempo de Liderança.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores aqui presente. No início da tarde do dia de hoje encontrava-me em
minha casa quando fui convocado pelos estudantes da única chapa inscrita para o
pleito eleitoral do Colégio Júlio de Castilhos, marcado para o dia de hoje, com
a comunicação de que a Comissão eleitoral e a Diretoria do Grêmio Estudantil a
quem, na noite de ontem, a Vera. Maria do Rosário havia procurado e reunido em
frente ao Colégio Júlio de Castilhos, orientando no sentido de suspender o
processo eleitoral - estavam tentando que se realizassem as eleições para o
Grêmio do Colégio Júlio de Castilhos. E, haviam, inclusive, se comunicado com o
Ver. Clovis Ilgenfritz, desta Casa, que havia ficado de trazer para o Plenário
a necessidade de criar uma Comissão Externa desta Casa para acompanhar as
eleições no Júlio de Castilhos. E, eu ponderei que existia a Comissão de
Educação desta Casa e era mais fácil e viável que esta Comissão procurasse
contornar o problema; e me dispus a ir ao Colégio Júlio de Castilhos para saber
o que estava acontecendo, já que às 13 horas e 30 minutos o Colégio abriria e existia uma liminar da
justiça - que está na minha mão e se for preciso distribuirei para os Srs.
Vereadores - determinando a realização das eleições no Grêmio do Colégio Júlio
de Castilhos.
Para lá me dirigi, e
apresentei-me como Vereador desta Casa e como membro da Comissão de Educação
desta Casa, que o sou. Inclusive, não havia podido me comunicar com o Ver.
Jocelin Azambuja, Presidente da Comissão de Educação - pois comunicaram-me os
fatos às 13 horas, e às 13 horas e 30 minutos eu estava lá. Entrei em contato
com a direção da escola, tomei conhecimento da liminar, tive contato com o
setor pedagógico, o SOE e o CPM, do Colégio Júlio de Castilhos. Os estudantes
propuseram - já que a Comissão Eleitoral fugiu, e a Direção do Grêmio
Estudantil desapareceu - escolher três representantes de turma para conduzir as
eleições; e pediram que o departamento pedagógico, o SOE, o CPM, acompanhassem
o processo eleitoral.
Eu, mostrando que a liminar
intimava a Direção do Júlio de Castilhos para que garantisse a realização da
eleição, sugeri como deveria ser o processo: as cédulas deveriam ser
rubricadas; sugeri que a Direção da escola acompanhasse o processo.
Em função disso, estou
convicto que cumpri um dever de Vereador, de membro da Comissão de Educação e
um dever de cidadão, que não gosta de ver essas manipulações! Eu não pretendia
vir à tribuna dizer o que eu disse, mas fui provocado, inclusive pela pessoa
que foi na noite de ontem lá e reuniu o Grêmio, a comissão eleitoral e orientou
para fraudar o processo eleitoral em andamento.
O SR. PRESIDENTE: Seu tempo está parado.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Solicito que a Mesa garanta
que esta Vereadora tenha o tratamento respeitoso, e não de pessoa, que tenha o
tratamento que cabe pelo Regimento da Casa.
O SR. PRESIDENTE: Solicitamos ao Ver. Raul
Carrion que só use o tratamento de V. Exa. Devolvo o tempo a V. Exa. Ver. Raul
Carrion.
O SR. RAUL CARRION: Não houve nenhuma intenção
de ofender com o termo “pessoa”; eu também sou uma pessoa... Mas se a Vera.
Maria do Rosário quer que a chame de “Excelência”, será chamada. Concluindo, eu
considero que cumpri com o meu dever. Ao chegar aqui, logo que localizei o Ver.
Jocelin, comuniquei-lhe - como Presidente da Comissão - que havia ido lá, e
perguntei se a Comissão deveria se fazer representar oficialmente.
Portanto, não entendo a
interpelação de V. Exa., Vera. Maria do Rosário, que está tão indignada, senão
porque um determinado plano que foi montado contra a ordem da Justiça - que
intimou, além do Grêmio, a Diretora do Júlio de Castilhos - foi desmontado.
Quero dizer, com toda a sensibilidade que tenho, que senti que a Direção do
Júlio de Castilhos também estava numa posição omissa, sem impedir fraude ao
processo eleitoral. Lá estavam presentes a União Nacional de Estudantes, a
União Brasileira de Estudantes Secundaristas e lá havia, “S. Exa.”, Vera. Maria
do Rosário, um assessor seu, pago por esta Casa, também esteve lá, na noite de
ontem patrocinando esse processo ilegal de suspender uma eleição. Pela
informação que me deram, o Sr. Gaudêncio Fidélis também esteve lá, ontem à
noite.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Carrion, o Ver. Guilherme Barbosa está solicitando uma Questão de Ordem.
O SR. GUILHERME BARBOSA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, há duas
versões: estão passando, em vez de se aprofundar a questão, para acusações
pessoais. Faço, a partir desta Questão de Ordem, um Requerimento para que a
Comissão...
O SR. PRESIDENTE: Vereador, após o
pronunciamento do Ver. Raul Carrion, V. Exa. poderá fazer o Requerimento.
O SR. RAUL
CARRION: A
eleição segue lá, Ver. Jocelin Azambuja. Faço a sugestão de que, oficialmente,
a Comissão de Educação - existe uma Comissão de Educação nesta Casa - se dirija
ao Júlio de Castilhos, tome conhecimento dos fatos e, no dia de amanhã, traga
uma informação oficial a esta Casa sobre esses acontecimentos, no meu entender,
lamentáveis! Que o direito democrático dos estudantes do Júlio de Castilhos
sejam respeitados, porque, independente de quem venha a vencer, a democracia
das entidades deve ser respeitada. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Edi Morelli para uma Questão de Ordem.
O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): No seu discurso, o Ver.
Raul Carrion citou que um assessor da Vera, Maria do Rosário estava lá. Ele é
pago pela Câmara. Mas, para trabalhar lá, na eleição do Julinho?
Eu queria que a Mesa me desse
a informação oficial.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o discurso
do Ver. Raul Carrion, traz esse tipo de colocação do Ver. Edi Morelli, que
procede. Se o discurso do Ver. Raul Carrion é verdadeiro, esta Vereadora
estaria colocando os seus funcionários em desvio de função, o que não é
verdade. Eu gostaria de solicitar que, ou seja retirado do discurso do Ver.
Raul Carrion, ou se o Vereador não o desejar, que o mantenha, mas que esta
Vereadora tenha a possibilidade de também se colocar frente aos colegas.
O SR. RAUL CARRION (Questão de Ordem): Sr. Presidente, para não
deixar dúvida, e se houve falta de clareza, quero dizer que só citei
politicamente a questão. Pelo que tenho informação não foi em horário de
expediente que o funcionário foi, mas é para caracterizar o envolvimento
político da Vereadora do processo.
O SR. PRESIDENTE: Vera. Maria do Rosário,
agora ficou esclarecido.
O SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Sr. Presidente, esse último
fato, agora esclarecido, reafirma o Requerimento que eu ia fazer antes. Para
que não passemos a um espaço de acusações, que a Comissão de Educação da Casa,
amanhã, em reunião, coloque essa pauta prioritária, para que a Casa tenha todos
os esclarecimentos necessários, para que não fiquem acusações de parte a parte.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Requerimento): Quero requerer, de público,
que o Ver. Jocelin Azambuja me conceda as notas taquigráficas da sua
declaração, que fez ao Plenário da Casa, que é uma declaração importante para
que a verdade seja a resposta, até porque esta Vereadora quer acusar o Ver.
Raul Carrion de levar as cédulas de votação do Grêmio do Julinho para dentro da
escola.
O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Dia 13, quarta-feira
passada, eu fiz um Requerimento à Mesa, solicitando que a Procuradoria da Casa
se manifestasse a respeito da correta interpretação do artigo 94, com respeito
aos Requerimentos, visto que havia uma divergência estabelecida em várias
ocasiões entre este Vereador e a interpretação dada pelo Ver. Isaac Ainhorn.
Até agora não recebi nenhum retorno desse Requerimento. Gostaria de ter esse
retorno o mais breve possível.
O SR. PRESIDENTE: Nós da Presidência temos
certeza de que V. Exa. tem cobrado essa posição, e em seguida lhe daremos a
resposta.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Nós fizemos uma Questão de
Ordem à Mesa cobrando atitudes da Mesa com relação ao descumprimento, por parte
do Executivo, de um dispositivo da LDO. Foi feita uma consulta à Auditoria
desta Casa, a mesma já se manifestou. E a decisão, na verdade, cabe à Mesa Diretora.
Só que a decisão da Mesa sobre o que vai fazer com relação ao descumprimento
por parte do Executivo, desse dispositivo da LDO, ainda não foi dado
conhecimento a este Plenário. Eu pediria a V. Exa. o fizesse, por favor.
O SR. PRESIDENTE: O Presidente informa que
vai marcar uma reunião da Mesa com as Lideranças para tratar deste assunto.
Comunicação de Presidência
com o Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. ISAAC AINHORN: Ocupo novamente o tempo de
Presidência nesta tarde, pela importância de alguns temas que estão sendo
colocados, um deles é a Questão de Ordem formulada pelo Ver. Luiz Braz.
Acredito que a questão tem uma relevância muito grande, até porque há um prazo,
em relação à apresentação daquele princípio legal, correndo. Gostaria,
inclusive, hoje, de uma reunião com as Lideranças da Casa, de comum acordo.
A outra questão é definirmos,
inclusive com as Lideranças, as questões que envolvem o Plano Diretor. Há um
pequeno contratempo e acho correto que nós definamos um organograma de
trabalho. Se alguma coisa não está certo nós temos que corrigir no âmbito dessa
discussão, tem tido a colaboração de V. Exa. e tenho sido testemunha, inclusive
do espírito público de V. Exa. de abrir mão de requerimentos para que o assunto
seja encaminhado dentro de uma forma consensual.
O que me traz à tribuna é uma
questão de natureza jurídico-política e que envolve o direito constitucional
dos inativos técnicos-científicos da Prefeitura que fazem jus à gratificação de
incentivo técnico. Na segunda-feira manifestei-me, outros Vereadores também,
sobre o tema e há um silêncio do Executivo Municipal de um tema de relevância
como este. Na realidade, o prazo esgotava-se dia 15 de novembro; os 30 dias que
fazia jus, Ver. Gregol, para que o Executivo interpusesse o Recurso Extraordinário,
não teria esse efeito suspensivo. Não sei se a interposição do Recurso
Extraordinário constituiu-se numa estratégia política da Administração
Municipal que reconheceu o direito constitucional dos técnicos-científicos
inativos do município de Porto Alegre a perceberem a gratificação de incentivo
técnico, até porque nós, a partir de agora, em reunião da Mesa, vamos definir o
pagamento dos inativos da Casa porque transitou em julgado. (Palmas.) Nós
estávamos numa situação delicada, porque se encontrava “sub judice”, dependendo
de uma deliberação do Pleno do Tribunal de Justiça. Agora temos uma decisão
final e terminativa de efeito irrecorrível, fazendo coisa julgada, da percepção
da gratificação de incentivo técnico dos funcionários técnicos-científicos do
Município.
Acredito, eu não vou dizer
que a Procuradoria tenha perdido o prazo judicial, não aconteceria isso, não é
verdade, Ver. Elói Guimarães? Não dormiu, e o direito não socorre aos que
dormem, mas eu tenho certeza de que foi uma deliberação do Prefeito que
resolveu e ele tinha, na condição de Prefeito, vamos entendê-lo, de recorrer da
decisão, porque havia dúvidas razoáveis no âmbito de sua área técnica, que era
a Procuradoria. Recorreu, mas agora, transitou em julgado, Vereador, e eu tenho
certeza de que foi fruto de uma deliberação de natureza político-jurídica, de
reconhecimento de um direito constitucional a que fazem jus os
técnicos-científicos do Município de Porto Alegre.
Eu gostaria de ouvir a
Liderança do Partido dos Trabalhadores na Casa, que nos trouxesse a posição
oficial do Governo, porque há uma inquietude em relação aos mais de 300
inativos técnicos-científicos saber quando serão pagos esses valores aos
técnicos-científicos inativos. Nós só gostaríamos de saber isso. Eu vejo que,
com muita educação, como é do seu perfil, o nosso Assessor Parlamentar do Sr.
Prefeito, eu digo nosso, pelo carinho que temos pelo Adaucto Vasconcellos, está
preocupado com essa questão, é que, muitas vezes, ele, inquieto, querendo dar
resposta aos Vereadores, não consegue, é que ele não consegue, é que não lhe
respondem, não tem o que transmitir, ele, como habilidoso político, ele vai
navegando nessas águas difíceis, é bem verdade, mas com sua competência de 8
anos nesta Casa, conduz, com muita competência, porque nas vezes em que ele não
está aqui, os conflitos que se estabelecem, Ver. Pedro Américo, entre o
Legislativo e o Executivo têm que ser de números. Então, o seu papel é de um
algodão entre cristais.
Eu não estou fazendo discurso
de despedidas com o Assessor Parlamentar, porque acredito que o novo Prefeito
do PT vai confirmá-lo no cargo, porque seria temerário não mantê-lo aqui,
porque dificilmente se encontrará Assessor Parlamentar com essa competência e
essa qualificação. Disso são testemunhas os 33 Vereadores desta Casa e os
funcionários que atuam sobretudo na área de tramitação legislativa. Quero fazer
esse testemunho, que fique consignado mais uma vez nos Anais da Casa, mas eu
não estou acrescentando nada, de tudo que já é o reconhecimento desta Casa.
Eu não estou aqui para
estabelecer confronto, isso só acontece quando a Instituição é atacada, nós
queremos uma política de resultados, nós queremos, de uma forma política,
diplomática resolver o problema dos direitos dos inativos, nós não queremos
confrontos. É esse o apelo que nós deixamos aqui, na tribuna desta Casa, ao
Líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores que nós, que estaremos na próxima
legislatura, já lamentamos a ausência dele, uma vez que as notícias de que o
Ver. Henrique Fontana deverá ocupar uma importante pasta no âmbito da
Administração Raul Pont.
Isto é um apelo sério, no
sentido de uma resposta, até porque quase todos os Vereadores desta Casa têm
sido cobrados em relação ao pagamento dos inativos, uma vez que a decisão transitou
em julgado e o Prefeito depois disso não vai querer deixar de cumprir aquilo
que é uma decisão terminativa do Judiciário.
Este é o apelo que deixamos
para uma resposta pronta, a fim de que nessas relações e respostas rápidas a
esse Legislativo haja um aperfeiçoamento das relações entre o Poder Executivo e
o Poder Legislativo da Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação Requerimento de
Autoria do Ver. Edi Morelli para que possamos entrar na Ordem do Dia. (Pausa.)
Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
O SR. ARTUR ZANELLA (Requerimento): Faço um Requerimento no
sentido de que o PLCL nº 030/95, seja
votado em último lugar.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA (Requerimento): Gostaria de adendar ao
Requerimento do Ver. Artur Zanella que se votasse em primeiro lugar o Projeto
de folha 20 e o de folha 25, isto é o PLL nº 027/96 e PLL nº 126/96,
respectivamente.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, como Presidente
da CEFOR, chamo a atenção, porque já estão na Ordem do Dia todos os Projetos
relativos ao Orçamento. Como temos um prazo para votar, até o dia 30 deste mês,
eu solicito priorização a esses Projetos. Faço um Requerimento que, após os
Projetos das folhas 20 e 25, venham os Projetos do Orçamento.
O SR. PRESIDENTE: A votação será a seguinte:
PLL nº 027/96, PLL nº 126/96, PLL nº 139/94, e após o Orçamento. Em votação.
(Pausa.) Os Vereadores que aprovam o Requerimento permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
Requerimento: que seja
retirado Requerimento de Renovação de Votação apregoado em 13/11/96, do Ver.
Raul Carrion. Foi deferido pelo Presidente.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, tenho
dúvida se não terá precedência o Requerimento do Prefeito para viajar hoje, às
21 horas, que foi apregoado e que deu entrada na Casa com a data de ontem, mas
o Ofício tem a data de 14 de novembro. A assessoria do Prefeito parece que anda
mal.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 0650/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 027/96, de autoria da Vera. Maria do Rosário, que denomina
Rua Portal dos Pinheiros um logradouro irregular, localizado na Lomba do
Pinheiro.
Pareceres
-
da CCJ. Relator Ver. João Motta:
pela aprovação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Ruas:
pela aprovação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Dilamar
Machado: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº
027/96. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
PROC. 2087/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 126/96, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o
Título Honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Senhora Odair Perugini de Castro.
Pareceres
-
da CCJ. Relator Ver. Airto
Ferronato: pela aprovação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Raul Carrion:
pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável de dois terços dos membros da CMPA - Art. 82, § 2º, IV, da LOM;
- votação nominal nos termos
do Art. 174, II, do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº
126/96. (Pausa.) Não havendo quem queira discutir, em votação nominal. (Após a
chamada.) APROVADO o PLL nº 126/96
por 30 votos SIM.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 2351/94 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 139/94, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que
disciplina o uso de caçambas estacionárias ou “containers” de entulhos no
passeio ou via pública, e dá outras providências. Com Emenda nº 01 ao Projeto, Substitutivos nºs 01 e 02, Emendas nº 01,
com Subemenda nº 01, nºs 03, 04, 05 e 06 ao Substitutivo nº 01, e Emenda nº 03
ao Substitutivo nº 02.
Parecer
-
da CCJ. Relator Ver. João Motta:
pela rejeição ao Projeto, pela aprovação da Emenda nº 01 ao Projeto e do
Substitutivo nº 01
Observações:
- incluído na Ordem do Dia
por força do Art. 81 da LOM;
- retiradas as Emendas nº 02
ao Substitutivo nº 01 e nºs 01 e 02 ao Substitutivo nº 02;
- discutiram a matéria os
Vereadores J. Azambuja, P. Brum, Antonio Hohlfeldt, G. Barbosa, C. Ilgenfritz,
R. Carrion, P. A Leal, A. Ferronato e P. Ruas;
- adiada a discussão por
duas Sessões.
O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli): Em discussão o PLL nº
139/94.
O Ver. Artur Zanella está com
a palavra para discutir.
O SR. ARTUR ZANELLA: Senhor Presidente e Srs.
Vereadores. Esse Projeto do Ver. Jocelin Azambuja tem um Parecer da CCJ, a um
Substitutivo que é absolutamente o oposto do Projeto.
Existe uma tese de que o
Substitutivo é votado antes do Projeto de Lei porque o Substitutivo,
teoricamente, melhora, aperfeiçoa o Projeto. O que temos hoje são dois Projetos
absolutamente antagônicos, e com o aparecimento de Emendas de tudo quanto é
lado num assunto que é extremamente sério. Já há diversos acidentes na Cidade,
que são acusados de terem sido ocasionados por estes equipamentos.
Efetivamente, ele está sendo utilizado por meio de regulamentação de um
decreto, é importante que haja a lei. Mas, as emendas continuam entrando,
entraram uma ou duas hoje, pipocando. E tenho a impressão, Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, de que, no mínimo, a CUTHAB deveria dar um Parecer sobre este
Projeto.
Este Projeto é um dos mais
importantes que esta Casa tem. Não gostaria que esta Casa - isto vai ocorrer no
ano que vem, não vou estar mais aqui, por isto estou com a maior tranqüilidade
para dizer isto - não gostaria que esta Casa ao sabor de uma maioria eventual
de pessoas presentes no Plenário tomasse uma decisão tão profunda e grave como
esta. Isto aqui não é brincadeira. Por enquanto as ações judiciais estão lá na
Prefeitura, por meio de um decreto. Estas ações judiciais vão terminar nesta
Casa, também, por quê? Porque a votação que vai ser feita, digo isto com toda a
tranqüilidade, vai ser votação do PT, da Prefeitura, com o Substitutivo do Ver.
Guilherme Barbosa e o Projeto do Ver. Jocelin Azambuja que juntaria, imagino, a
oposição. Não é esta a melhor posição nesta Casa. Acho que este Projeto tem que
ser estudado mais profundamente. São Emendas extremamente complicadas.
Lá em Curitiba tem uma lei
que atende a todas as partes, foi um processo que teve dois anos de discussão e
terminou com uma lei em Curitiba, no Paraná.
Aqui não vou duvidar de nada
- nesta Casa não duvido de mais nada - mas duvido que todas as Emendas tenham
sido analisadas pelos 33 Vereadores. Eu não analisei, tem uma que chegou agora,
não sei o que diz a mesma.
Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, não sou ninguém para dar alerta para ninguém, mas é um processo
extremamente complicado, a CUTHAB não foi ouvida, o Parecer do Ver. João Motta
é pela rejeição do projeto e do Substitutivo. O Ver. João Motta poderia aprovar
os dois, sem problema legal. É uma dúvida que vou levar desta Casa por que a
Comissão de Justiça diz assim, “é legal e regimental”. Tudo bem. Às vezes, os
projetos que são legais e regimentais, e não são obrigatoriamente pela
aprovação. A Comissão de Justiça deve dizer se é legal e regimental e não tem
que propor a aprovação de nada: quem tem que propor a aprovação de um Projeto
desse tipo é a CUTHAB, que vai saber se tem que ficar em cima da calçada, etc.
Então, é de uma temeridade
total votar um Projeto assim: esse é do PT, nós vamos votar com ele; esse não é
do PT, nós vamos votar com ele. Acho que esse não é o caso. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. Luiz Braz que cede o
seu tempo para o Ver. Jocelin Azambuja.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, voltamos a discutir o Projeto até buscando alguns esclarecimentos a
mais por parte dos Srs. Vereadores e, claro, que o Ver. Artur Zanella externa
uma preocupação correta, mas este é um Projeto que tramita desde 1994 na Casa.
Não é um Projeto novo, e é um Projeto que já sofreu um estudo bem aprofundado
e, por outro lado, exige que a Câmara de Vereadores se posicione a respeito.
Então, entendo a preocupação do Ver. Artur Zanella, mas acho que se deve fazer
avançar a questão e devemos votar a proposta. Se amanhã ou depois tivermos que
aperfeiçoá-la, Vereador, o faremos e a próxima Legislatura poderá fazer os
aperfeiçoamentos que forem necessários. Não podemos ficar inertes.
O Sr. Artur Zanella: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Jocelin, recebi agora a Emenda nº 4 - não sei
nem quem a assinou...
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Foi o Ver. Luiz Braz, da
minha Bancada, a meu pedido.
O Sr. Artur Zanella: Na minha cópia não aparece
a assinatura. Mas quero dizer, Ver. Jocelin, que considero que não devamos
votar hoje. Que se vote este ano, mas não hoje.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Ver. Zanella, o Ver.
Guilherme Barbosa fez o Substitutivo, que foi aperfeiçoado com as Emendas do
Ver. Antonio Hohlfeldt - passando a distância para 10 metros. Da mesma forma,
fez no meu Substitutivo de número 2 - passando para 10 metros a distância do
alinhamento. O Ver. Raul Carrion tirou a parte da penalidade do meu
Substitutivo e apresentou a Emenda ao Substitutivo do Ver. Guilherme Barbosa,
aperfeiçoando-o, e também o fez com relação aos produtos perecíveis - aprimorou
esse Substitutivo também.
Peço a minha assessoria que
distribua, aos Srs. Vereadores, um resumo que fizemos dos Substitutivos número
1 e 2 das diferenças que estão sendo apontadas. O Ver. Guilherme Barbosa disse
que estávamos dando exclusividade às empresas com a questão da concessão; que
não podemos confundir concessão com permissão. Permissionários são todos
aqueles que possuem alvará para executar, em Porto Alegre, uma atividade ou
serviço. É lógico que não podemos dar a qualquer cidadão a possibilidade de
fazer esse tipo de trabalho. Devem ser empresas cadastradas junto aos órgãos
municipais, que possam fazer a coleta correta desses entulhos. Então, está
correto, no nosso Projeto, o termo “permissionário”, porque são pessoas
jurídicas, que detêm o alvará de funcionamento e que farão o recolhimento
desses entulhos.
Gostaríamos de mostrar, aos
colegas Vereadores, esta foto aqui, que foi tirada de algumas caçambas que
estão colocadas em Porto Alegre e que têm quase o tamanho de um caminhão.
Fizemos a Emenda de nº 4, Ver. Zanella, dando uma largura máxima de 1,60m para
as caçambas que recolhem os 5 m3, que estão previstos nos
Substitutivos, porque não podemos admitir, em Porto Alegre, caçambas que tenham
cerca de 2,5 a 3 metros de largura; isso é inadmissível, porque se hoje ocorrem
acidentes com caçambas de 1,60m, imaginem com 2,20m, 3 m de largura.
O SR. PRESIDENTE: Encerra-se o tempo de V. Exa., mas o Ver. Luiz
Negrinho inscreve-se e cede o tempo a V. Exa., com a concordância dos
Vereadores Nereu D’Ávila e João Verle.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Agradeço. Eu gostaria que a
minha assessoria passasse, aos Vereadores, a foto, para que também possam ver o
tamanho da caçamba, que não tem nenhuma identificação, colocada na rua. Só
poderão fazer esse trabalho as empresas permissionárias, e não qualquer um que
encoste uma caçamba de qualquer tamanho e diga que está recolhendo entulhos
autorizado pelo Município.
De outra parte, atendendo a
manifestação feita pelos Vereadores, incluímos uma Emenda no §6 do art. 1º,
excetuando os entulhos devidamente embalados, como prevê a legislação. Como foi
levantado, aperfeiçoamos. Temos as diferenças entre o nosso Substitutivo e o do
Ver. Guilherme Barbosa,, nº 2 e nº 1, respectivamente. O Ver. Raul Carrion até
usou estes termos, carinhosamente, da tribuna: não se trata de disputa de
beleza. Agora, os Srs. Vereadores hão de convir comigo, eu, que iniciei essa
luta em 1993/94, como autor da Lei gostaria de ver aprovada a minha Lei, e não
o Substitutivo do Ver. Guilherme Barbosa. Então, até pelo trabalho que
desenvolvemos durante 3 anos, gostaríamos de ver aprovado o nosso Substitutivo,
até dentro de uma linha que procuramos aprofundar. Não se trata de disputa de
beleza. Não tenho disputa com o Ver. Guilherme Barbosa.
Trabalhei desde 1993 para ver
essa Lei concretizada, o que provocou que o Executivo Municipal viesse a buscar
algum tipo de regulamentação para uma situação que era totalmente irregular,
fazendo um decreto que hoje está vigendo.
Coloco a colocação na rua
somente por empresa autorizada. Não pode ser qualquer um que vai colocar. No
Substitutivo do Ver. Guilherme Barbosa não existe essa contemplação. Não pode
chegar um indivíduo com um caminhãozinho e largar uma caçamba. Não, é só
empresa autorizada, registrada, cadastrada, que paga seus impostos
corretamente.
Uma coisa é a caçamba, o outro
é o transporte da caçamba. Então, também: só por empresas autorizadas pela
Prefeitura.
A exigência de colocação de
lona sobre a caçamba a transportar está prevista em legislações, mas estamos
fortalecendo, para que se evite que os entulhos caiam.
Outra questão: a colocação e
o posicionamento só pela firma responsável. Não pode qualquer um posicionar a
caçamba, mas só a empresa que executa o serviço, e ninguém mais poderá mexer na
caçamba.
O parágrafo único do art. 9º
veda a alteração da posição colocada pela empresa que se responsabiliza.
Acidentes acontecem justamente por pessoas manejarem inadequadamente as
caçambas.
Então, Ver. Pedro Ruas, V.
Exa. elogiou a nossa manifestação. Esse resumo lhe mostra o porquê de termos
feito o Projeto de Lei e o porquê de apelarmos a V. Exa. para apoiar o nosso
Substitutivo: porque está, de forma mais ampla, contemplando os interesses da
sociedade, de uma legislação mais adequada, que fortalece o trabalho que deve
ser feito por essas empresas, que até então vêm trabalhando sem nenhum controle
e sem nenhuma responsabilidade legal, porque não existe lei a respeito, e sem
penas que possam responsabilizá-las por um mau serviço prestado à população.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver. Pedro
Ruas para discutir o PLL nº 139/94.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu registrei, no outro pronunciamento, na segunda-feira, que o
mérito desta discussão, da intensidade desta discussão, do início desta
discussão é, realmente, do Ver. Jocelin Azambuja. Já registrei o trabalho que
V. Exa. desenvolve desde 1993 neste sentido. O dado a que fiz referência é o
técnico. Este Vereador prefere o Substitutivo do Ver. Guilherme Barbosa. Se V.
Exa. apresentar, agora, um Substitutivo idêntico ao do Ver. Guilherme Barbosa,
voto no de V. Exa. O fato de eu preferir o Substitutivo do Ver. Guilherme
Barbosa não invalida o seu trabalho. É clara a minha posição neste sentido.
Quero deixar V. Exa. à vontade, inclusive com relação a qualquer manifestação
sobre substitutivos em geral. Eu não tenho simpatia por substitutivos, é uma
situação difícil para o autor do Projeto. Mas não vou entrar no mérito do
Projeto, porque já me manifestei o suficiente sobre o mesmo.
Gostaria de dizer, Ver. Pedro
Américo Leal e demais Vereadores, que nós temos que votar. Eu divirjo,
respeitosamente, do Ver. Artur Zanella na medida em que na segunda-feira nós
dizíamos, desta tribuna, que era hora de votar e que na proposta final do Ver.
Antonio Hohlfeldt, acatada pelo Ver. Jocelin Azambuja e pelo Plenário,
concordávamos com o adiamento por uma Sessão. Agora, adiar eternamente a
votação de um Projeto desta importância não é admissível. E quem tiver, amanhã,
uma caçamba dessas pela frente, às duas da manhã, sem sinalização nenhuma?
E quem tiver aquela ali, da
foto, Ver. Nereu D’Ávila, que ocupa meia rua? E se for um parente seu, uma
esposa, um filho? Não temos o direito de adiar mais uma discussão como essa. De
segunda-feira para cá, parece-me que é tempo mais do que suficiente para
qualquer exame, aprofundado ou não, para conhecimento ao menos da matéria.
Se disse uma vez, num
congresso de Direito do Trabalho, Ver. Luiz Braz, que prazo, em processo,
deveria ser de apenas um dia e, aí, alguém perguntou: “Mas por que de um dia?”
Porque sempre o advogado faz no último dia, então um dia é suficiente, sempre,
em qualquer praça. Os prazos são muito parecidos: uma Sessão, duas Sessões,
vinte Sessões, será examinado no dia. Já tivemos tempo suficiente: tivemos um
adiamento, tivemos segunda-feira à noite, terça o dia inteiro e quarta-feira
pela manhã. Quem quis examinar - esse trabalho do Ver. Jocelin é um trabalho
brilhante - já o fez, analisou, estudou, quem não quis, é um direito não
estudar e, então votar segundo orientação das Lideranças, de colegas que tenham
mais atenção para com essa área.
Agora, o que a Casa não pode
fazer, Ver. Luiz Braz, é ficar adiando uma votação desse teor. Não sei quem
será vitorioso. Eu anunciei o meu voto desde o primeiro momento, elogiando o trabalho
de iniciativa do Ver. Jocelin Azambuja. Agora, o Projeto e os Substitutivos,
Ver. Guilherme Barbosa, têm que ser votados, a Casa não tem o direito de deixar
Porto Alegre sem legislação. Fiz questão de fazer este pronunciamento porque o
Ver. Artur Zanella colocou, de forma clara e adequada, que a CUTHAB, onde tenho
a honra de ser Presidente, deveria examinar o Projeto. E deveria, realmente,
mas entrou na Ordem do Dia por força do artigo 81. Não tivemos essa
oportunidade, mas examinamos, na condição de Vereadores. Tenho certeza de que
os demais Vereadores da CUTHAB também examinaram o Projeto. Por isso detive-me
e por isso tenho posição desde o primeiro momento sobre o Projeto. Acho que,
independentemente do mérito, o que devemos, Presidente Edi Morelli, é votar
esse Projeto ou os Substitutivos ainda no dia de hoje. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Verle está
inscrito e cede seu tempo ao Ver. Guilherme Barbosa.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
vou apresentar um pouco da história do processo do Ver. Artur Zanella. Depois
que o Ver. Jocelin Azambuja apresentou o Projeto original, eu verifiquei que
não tinha uma boa redação, tinha problemas e que deveria apresentar várias
Emendas, e aí sim traria problemas. Então apresentei um Substitutivo, que não
é, de forma nenhuma, contraditório, pois aborda o mesmo tema, só que de forma
diferente.
Tramitaram o Projeto original
e o Substitutivo. Quando passaram pela CCJ e o Parecer foi contrário ao Projeto
original, o Ver. Jocelin puxou para si o processo e ficou com ele cerca de dois
meses. Ao detectar isso, eu pedi o artigo 81, há cerca de um mês e meio atrás.
Fui procurado por pessoas interessadas e expliquei que a minha questão era
colocar o processo em discussão novamente. E então retirei o artigo 81 e propus
ao Ver. Jocelin que nós fizéssemos uma reunião ampla no Executivo, porque a
SMOV já tinha se posicionado colocando algumas discussões. O Vereador não se
posicionou sobre isso e, em seguida, apresentou o Substitutivo nº 2. Ora, se o
autor do Projeto apresenta um substitutivo é porque ele reconhece que o
original estava mal. O Substitutivo nº 2, com certeza, veio bem melhor que o
Projeto original.
Ainda mantenho algumas
contraposições ao Substitutivo do Ver. Jocelin. O artigo 1º, volto a dizer,
estabelece reserva de mercado para as empresas. Essa atividade, através das
caçambas, vai ser crescente. Não é à toa que já temos hoje mais de 20 empresas
trabalhando com isso, em poucos anos. O Código de Limpeza Urbana permite outra
forma de se retirar entulhos e outros materiais. Portanto, nós não podemos
deixar assim. Em segundo lugar, eu estabeleço uma redação muito clara,
preocupado com a segurança dos cidadãos e dos veículos: devemos colocar prioritariamente
o “container” dentro da obra: se não for possível, vamos para calçada, desde
que haja possibilidade de um método para que o movimento dos transeuntes não
fique impedido. Em terceiro lugar, nós vamos para via pública para pista de
rolamento, isso existe no Substitutivo do Ver. Jocelin, mas não com essa
hierarquia de colocação.
Não sou advogado, mas ouso de
novo afirmar: “permissão” e “concessão” têm um conteúdo jurídico, são
instrumentos que se estabelecem entre empresa e o Poder Público em atividades
que são caracterizadamente do Poder Executivo e ele abre mão. Uma empresa que
ganha um alvará do Executivo não passa a ser uma permissionária do serviço
público, não passa a ser uma permissionária de forma nenhuma. E isso, escrito
como está, pode trazer problema depois para o Executivo, porque estamos
utilizando nomenclatura equivocada.
Por último também, eu
trabalho com a ampliação da área de reflexão da luz, dando mais segurança a
esses instrumentos. E um outro aspecto também relevante, no meu Substitutivo,
ele é mais conciso, porque naquilo que se diz que tem que ser uma empresa
autorizada, mas é evidente, toda empresa que vai trabalhar no Município vai ter
o alvará da SMIC. Não vai ser possível a empresa não cadastrada fazer esse tipo
de movimento, nem vai ter equipamento para isso. Tudo aquilo que diz respeito a
limpeza, a transporte das caçambas está tudo colocado na Lei Complementar nº
234, é o Código de Limpeza Urbana. Então, se já existe Lei, não tem porquê nós
estarmos repetindo nesse Projeto que estamos votando, portanto, também no ponto
de vista técnico da concisão o meu Substitutivo trabalha melhor tudo isso.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em
votação. O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, gostaria de esclarecer aquilo que o Ver. Guilherme Barbosa colocou.
Existe uma grande diferença entre “permissão” e “concessão”. Todas as empresas
que atuam recolhendo entulhos são permissionárias do serviço. Então, é uma
questão de interpretação de texto, mas gostaria que os Srs. Vereadores olhassem
no dicionário, nos termos legais, para entenderem o que seria o termo
“permissão”. No momento que a empresa deixa de recolher os entulhos o DMLU
continua fazendo esse serviço. Mas outra questão que o Vereador colocou é que
no artigo 1º existem outras formas de recolhimento. A nossa Emenda nº 5 está
solucionando esse problema, até acatando a ponderação do Ver. Guilherme Barbosa,
também efetuamos aquele único caso que é justamente dos entulhos devidamente
embalados. Então, realmente os Substitutivos não são iguais. O nosso é um pouco
mais amplo, mais completo. E o do Ver. Guilherme Barbosa foi aperfeiçoado com
algumas Emendas feitas pelos Vers. Antonio Hohlfeldt e
Raul Carrion. Pedimos
o apoio ao nosso Substitutivo nº 2. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa
está com a palavra para encaminhar.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, o Código de Limpeza Urbana, Lei Municipal nº 234, diz no capítulo
do lixo especial da sessão 1, dos resíduos de imóveis, artigo 17: (Lê.) “a
coleta, o transporte, o destino e a disposição final do lixo especial gerados
em imóveis residenciais ou não, são de exclusiva responsabilidade dos
proprietários”. Portanto, esse lixo do qual estamos tratando não é tarefa do
DMLU, nem do Executivo. Ver. Jocelin, V. Exa. que é advogado, “permissão” e
“concessão” são dois instrumentos legais que estabelecem uma relação entre
Empresa e Poder Público. As nossas empresas de ônibus, algumas têm permissão e
outras têm concessão. Mas as duas são graduações diferentes em uma mesma
relação que se estabelece. Qualquer alvará não estabelece uma permissão, isso é
um engano de V. Exa., é um engano técnico, eu que não sou advogado - sei disso
e aconselho a V. Exa. a pesquisar
melhor. Está escrito mal, está mal redigido o Projeto de V. Exa. e pode trazer
problema ao Executivo posteriormente.
Portanto, reafirmando: o
nosso Projeto é mais conciso, ele trabalhou com a questão da segurança e
manteve tudo aquilo que o Código de Limpeza Urbana já trazia e foi melhorado
pelas Emendas do Ver. Carrion - que era a falha única que reconheço que tinha,
porque não estabelecia punição - que corrige. E, também, é melhorada pela
Emenda do Ver. Antonio Hohlfeldt no que diz respeito à distância do alinhamento
e também acolho esta Emenda.
Com essas duas Emendas o
Projeto fica - ouso dizer - perfeito na sua concisão e na sua preocupação
básica e fundamental que é a segurança na circulação da Cidade. E o resto, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, é lei já existente, não tem porquê repetirmos em
uma nova lei, que é inferior, o já estabelecido em uma Lei superior, uma Lei
Complementar. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encaminha, pelo PC do B, o
Ver. Raul Carrion.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Eu só queria resgatar, também, a Emenda nº 7, porque, também -
salvo melhor juízo - não é contemplado o caso de que o entulhado contenha
material orgânico perecível como está, Ver. Guilherme Barbosa, coloca que só
após completar o “container”, 24 horas depois ele poderá ser retirado. E o
entendimento é de que havendo material perecível o prazo máximo da permanência
da caçamba será de 48 horas, eu acho que é justo.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. Secretário
proceda à chamada Nominal dos Senhores para a votação do Projeto. Em votação o
Substitutivo nº 01 com ressalvas das Emendas e Subemendas. (Após a chamada.) APROVADO, o Substitutivo nº 01 ao PLL
nº 139/94, por 15 votos SIM e 14
votos NÃO.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, isso vale dizer que há 30
Vereadores do Plenário?
O SR. PRESIDENTE: Sim, são 29 Vereadores e
mais o Presidente dos trabalhos.
Solicito a atenção do
Plenário. Para não deixar dúvidas, são 33 Vereadores e não votaram Edi Morelli,
Presidente dos trabalhos, que não vota; Mário Fraga, Isaac Ainhorn, Dilamar
Machado.
O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Sr. Presidente,
Substituindo o Sr. Secretário li apenas os votos “SIM”. E acho que não teria
nenhum problema em ler novamente.
O SR. PRESIDENTE: Obrigado pela colaboração.
O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a Mesa
apregoou o resultado numa votação nominal, portanto acho que não cabe mais
quaisquer outras conjecturas.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa discorda de V. Exa.,
é um Plenário democrático, e se algum Vereador levantou suspeita, tem o direito
de fazer a inquirição à Presidência dos trabalhos.
O SR. JOSÉ
VALDIR: Com
base em que artigo do Regimento está sendo contado o número de Vereadores em
Plenário? Isto não existe no Regimento, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa agradece a sua
intervenção. Confirma o resultado: 15 votos SIM, 14 votos NÃO. APROVADO o Substitutivo nº 01. Ficam
prejudicados o Projeto e o Substitutivo nº 02.
Em votação a Emenda nº 1
aposta ao Substitutivo nº 01, do PLL nº 139/94. Se aprovada a Emenda nº 1 fica
prejudicada a Emenda nº 4.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, nós estamos
com um problema prático, o próprio Ver. Pedro Américo Leal entende que a
redação que eu havia apresentado ficaria melhor do que a por ele apresentado,
mas por força de apresentação da Emenda do Ver. Pedro Américo Leal a minha
tornou-se Subemenda, mas ficou o Substitutivo nº 02.
O SR. PRESIDENTE: Informa a Assessoria
Legislativa que a Emenda nº 7, de autoria de V. Exa. tem o mesmo teor da de nº
4. Informamos ao autor da Emenda nº 1, Ver. Pedro Américo Leal, que já
colocamos em votação. Portanto, não pode ser retirada, mas poder ser rejeitada,
embora S. Exa. tenha requerido a retirada da Emenda, uma vez que a Emenda nº 1,
se aprovada, rejeita a de nº 4, que está com a redação completa.
Em votação. (Pausa.) Está REJEITADA a Emenda nº 1, ficando
prejudicada a Subemenda nº 1, da Emenda nº 1.
Em votação a Emenda nº 3, de
autoria do Ver. Guilherme Barbosa. (Lê o teor da Emenda.) Em votação. (Pausa.)
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, vou pedir
verificação de votação, mas queria uma orientação. Foi dito até que deveria ser
analisado com mais profundidade. Se não for aprovada a Emenda que diz 1%,
ficará 10%? Eu acho que temos que considerar que 10% é muita coisa.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib solicita
verificação de votação da Emenda nº 03. (Após a chamada.) REJEITADA, por 5 votos SIM, 18
votos NÃO e 2 ABSTENÇÕES.
Esta Mesa defere o
Requerimento de retirada de tramitação, pelo autor, de Emenda nº 02 ao
Substitutivo nº 01.
Em votação a Emenda nº 4 ao Substitutivo nº 01. (Lê
a Emenda.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados (Pausa.) APROVADA com a ABSTENÇÃO do Ver. João Dib.
Em votação a Emenda nº 5 ao
Substitutivo nº 01. (Lê a Emenda.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. APROVADA com a ABSTENÇÃO do Ver. João Dib e do Ver.
Reginaldo Pujol.
Em votação a Emenda nº 6 ao
Substitutivo nº 01. (Lê a Emenda.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados (Pausa.) APROVADA com ABSTENÇÕES
do Ver. João Dib, do Ver. Reginaldo Pujol e do Ver. Jocelin Azambuja.
O SR. RAUL CARRION (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu me
equivoquei ou havia uma Emenda nº 6, do Ver. Antonio Hohlfeldt?
O SR. PRESIDENTE: Nós acabamos de aprovar a
Emenda.
Em votação a Emenda nº 7 (Lê
a Emenda.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA. Prejudicados, portanto, o
Projeto original, o Substitutivo nº 2 e suas respectivas Emendas.
Está à disposição do Ver.
José Valdir a resposta a sua Questão de Ordem, aqui na Mesa.
A Mesa apregoa o recebimento
do Ofício nº 493, do Gabinete do Senhor Prefeito. (Lê.)
“Paço dos Açorianos, 20 de
novembro de 1996.
Senhor Presidente
No atendimento de
manifestação verbal formulada por membros dessa Câmara, e que certamente tem o
conhecimento de Vossa Excelência, reitero os termos do Ofício nº 725, de 11 do corrente, remetido a
essa Presidência pelo Senhor Secretário de Administração, a respeito do prazo
de cedência de Servidores deste Poder Executivo, a expirar em 31 de dezembro de
1996.
Daquele rol devem ser
excluídos os Senhores Luiz Vicente Dutra e Luiz Afonso Tejada Franco, o
primeiro por não mais fazer parte do quadro funcional da EPATUR, e o segundo,
inativo do DMAE.
Outrossim, solicito que seja
desconsiderado o Ofício nº 496/96-GEP, de 14-11-96, enviado a essa Casa.
Cordialmente,
(a) Tarso Genro
Prefeito.”
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, normalmente
não sou muito formalista, mas ao mesmo tempo, acho que a Casa deve tomar
cuidado com algumas questões que dizem respeito à sua própria autonomia no
encaminhamento de documentos.
Temos, em primeiro lugar, no
meu entendimento, um equívoco do Prefeito, que é mencionar um ofício que de
fato não podemos aceitar, porque é assinado por um Secretário, quer dizer,
ratificar um ofício equivocado, não é ratificar nada. A segunda questão é que o
número desse Ofício é 493/96 e se refere a um Ofício de nº 496/96, de número
posterior e data anterior. Então nós estamos numa confusão homérica, um número
de ofício menor, com data posterior, desclassifica um número maior, com data
anterior. Realmente, a Emenda está saindo pior do que o soneto. Não sei se é o
caso de se pedir um Parecer para a nossa Auditoria para ver o que se faz, ou se
acerta de uma vez com o Gabinete do Prefeito para se ter um ofício certo, que
em última análise, no meu entendimento, tem que vir com outro número, com outra
data. Acho que a Auditoria poderia nos orientar no sentido de ver o que de fato
vai se fazer, e se repassar isso ao Gabinete do Prefeito, que pelo jeito, anda
complicado.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, é preciso
que fique esclarecido para esta Casa se esse Ofício, à semelhança do outro,
veio pelo Correio ou não, porque é importante quando nos mandam uma mensagem
pelo Correio, significa que há um rompimento de relações.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa a V. Exa.
que o primeiro Ofício nº 496/96, veio em envelope que mereceu uma 2ª subscrição
de carimbos; foi recebido através do Correio, do Gabinete do Prefeito. O
segundo Ofício de nº 493/96, foi recebido por Protocolo, a Diretora Legislativa,
Alceste, recebeu.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Eu pergunto se o Executivo
Municipal deu alguma explicação a esta Casa com relação ao Ofício que havia
enviado. O primeiro Ofício, na verdade, não veio subscrito pelo Sr. Prefeito
Municipal, num desrespeito a esta Casa. No segundo Ofício, de acordo com as
informações que eu ouvi de V. Exa. e de outros componentes da Mesa, existiam
dúvidas com relação à assinatura, se seria ou não do Sr. Prefeito Municipal.
Esta Casa já recebeu algum tempo de justificativa ou explicação por parte do
Executivo?
O SR. PRESIDENTE: Esta Presidência informa a
V. Exa. que não recebeu, oficialmente, nenhuma explicação a não ser o novo
Ofício que substitui o anterior. O anterior é de nº 496, conforme observou Ver.
Antonio Hohlfeldt. E o posterior, de nº 493, foi recebido hoje. Portanto, o
anterior tinha o número superior ao de hoje. Realmente, uma dúvida, mas é uma
questão interna, da organização do Gabinete do Prefeito.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): É muito mais que isso,
Presidente, porque, se esta Casa está recebendo documentos oficiais da
Prefeitura Municipal com assinaturas falsas, isso, na verdade se constitui
crime de responsabilidade. V. Exa. sabe disso. Este documento que veio para
esta Casa, se realmente veio com uma assinatura falsa, é crime de responsabilidade.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, o Sr. Prefeito
não confirmou o Ofício e nem a assinatura. E, no novo Ofício, ele requer a
desconsideração do Ofício anterior. E só através da ouvida da Auditoria e de um
exame grafológico, por um setor especializado, é que poderá haver a definição.
O Prefeito não informou nada com relação à assinatura.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Ele falou no Ofício nº 496.
Ele informou.
O SR. PRESIDENTE: Não, Vereador, V. Exa. está
fazendo uma confusão de números. É que o Ofício anterior é de nº 496 e o Ofício
posterior é de nº 493. Ele diz o seguinte: (Lê.) “No atendimento de
manifestação verbal formulada por membros desta Câmara, e que certamente tem o
conhecimento de V. Exa., reitero os termos do ofício 725, da SMA. Outrossim,
solicito que seja desconsiderado o ofício 496 enviado a essa Casa.”
O SR. JOÃO DIB: Ele confirmou a existência. Foi ele que
assinou. A incompetência é generalizada.
O SR. REGINALDO PUJOL: São 18 horas e13 minutos e
temos assuntos importantes a serem analisados pela Casa. Estamos absortos em
uma discussão gerada por essas situações absolutamente inexplicáveis que
acontecem. De qualquer sorte, o Sr. Prefeito Municipal, ao pedir a desconsideração
do Ofício que tem a numeração posterior ao que ele assina, está reconhecendo a
existência desse Ofício. Se ele reconhece, ele chancela a sua existência
fática, ainda que, sob o ponto de vista formal, ele desconsidere.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: A referência aos numerais
dos ofícios não poderia ter duas ordens numerais: a ordem da Secretaria e a
ordem do Gabinete poderia ser diferente. O fato de o Ofício ter um número menor
e ser o posterior, não se deduz que seja um equívoco. Podem ser numerais da
Secretaria de Administração e do Gabinete do Prefeito.
O SR. PRESIDENTE: O Ofício não é da SMA. O
numeral da SMA é 725. Esclarece o Ver. Verle que existem duas numerações no
Gabinete do Prefeito. O de número 493 é do Gabinete do Prefeito, e,
curiosamente, o Ofício nº 496/96 é do GEP, Gabinete Executivo do Prefeito.
O SR. HENRIQUE FONTANA (Explicação): Presidente, gostaria de
fazer um apelo. Temos um Requerimento importante para apreciar hoje, o que
autoriza a viagem do Prefeito e, sem dúvida, após a Sessão, podemos tentar
esclarecer uma ou outra dúvida que ainda haja sobre o ofício.
O SR. JOÃO DIB (Explicação): O Ofício nº 496/GEP veio
com o Brasão colorido?
O SR. PRESIDENTE: Sim.
O SR. JOÃO DIB: O 493 veio com o Brasão colorido?
O SR. PRESIDENTE: Sim.
O SR. JOÃO DIB: Acho que na Prefeitura só o Gabinete do
Prefeito utiliza o Brasão colorido.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai solicitar ao
Vereador Requerente do questionamento sobre a numeração e aspectos legais que
formalize, por escrito, através de Requerimento, os seus quesitos para a
Procuradoria. A Presidência já defere de plano.
O SR. EDI MORELLI (Explicação): Gostaria de colocar agora o
que não consegui colocar para V. Exa. que me respondeu de forma
não-presidencial e diria até mais, até com uma certa falta de respeito, atitude
que nunca tive. V. Exa. não estava no Plenário e foi aprovado um Requerimento
na seqüência de votações de Projetos. Para votarmos um Requerimento agora tem
que se quebrar essa seqüência de votações que foi aprovada através de Requerimento.
Parece que o Requerimento com a licença do Prefeito chegou a esta Casa hoje à
tarde. Portanto, não tem as 48 horas necessárias para a votação. Essas duas
colocações eu gostaria de fazer a V. Exa. que não as permitiu.
O SR. PRESIDENTE: Primeiramente, Vereador,
nossas escusas por qualquer mal-entendido havido.
O SR. EDI MORELLI (aparte anti-regimental): E me retiro em sinal de
protesto.
O SR. PRESIDENTE: Lamento Vereador.
Esse Requerimento chegou no
dia de ontem e foi apregoado no dia de hoje pela Mesa, que o encaminhou à
Comissão de Constituição e Justiça para a elaboração do Projeto de Decreto
Legislativo. Evidentemente, normalmente as matérias precisam de um
apregoamento. Acontece que, consoante o art. 163, a Ordem do Dia poderá ser
interrompida ou alterada para votar pedido de Licença do Prefeito, que requer,
naturalmente, uma agilidade maior para ser votado, até porque a sua viagem se
realizará no dia de hoje. O Prefeito foi convidado a participar de uma palestra
numa fundação da Argentina, que discute o cenário político brasileiro a partir
das eleições municipais.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, não tenho
nada contra o pedido que veio a esta Casa solicitando Licença para o Sr.
Prefeito. Mas acredito que seus esclarecimentos não respondem à dúvida do Ver.
Edi Morelli, porque, o que ele afirmou é que o processo não foi apregoado com
48 horas de antecedência; não é o problema de ser incluído na Ordem do Dia.
Considero que esse artigo invocado pela Diretoria Legislativa não responde à
dúvida do Ver. Edi Morelli, muito embora este Vereador não tenha nada contra a
Licença.
O SR. PRESIDENTE: O art. 104 prevê que o
Presidente, com antecedência mínima de 48 horas distribuirá aos Vereadores a
matéria da Ordem do Dia, contendo: “Projetos a serem discutidos e votados,
Mensagens Retificativas, Substitutivos, Emendas e Subemendas, quando houver,
Vetos, Pareceres, recursos interpostos, outras informações.” Na realidade
estaria contemplado nos projetos a serem discutidos e votados. O art. 163 prevê
que a Ordem do Dia só poderá ser interrompida ou alterada para votar pedido de
Licença do Prefeito ou Requerimento de Licença de Vereador. Tenho recebido
também pedidos para Licença de Vereador na hora de ser votado, e não apregôo
com 48 horas de antecedência.
Conseqüentemente, faço a
mesma interpretação, Vereador, até porque se tornaria inócuo, se recebi hoje eu
não poderia votar daqui a 48 horas se o Prefeito tem que viajar hoje. Há que se
ter uma sensibilidade de avaliação e interpretação dos textos legais nessas
situações de urgência.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): A pergunta que faço é se a
Licença do Vereador e a Licença do Prefeito são votadas de uma mesma forma.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. sabe que não. Há
uma processualística mais complexa por parte da autorização para viagem do
Prefeito. Esta Câmara criou até novas situações, em alguns tipos de viagens,
inferiores a 5 dias basta só a comunicação, sequer é votado. Para o exterior
exige a Licença. Evidentemente, que há sistemáticas diferentes para a votação
do pedido de Licença do Prefeito para viagem e requerimento de Licença de
Vereador. A rigor, a autorização para viagem há que se votar através de Decreto
Legislativo.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Eu gostaria que a Mesa me
informasse, se é que existe, onde está escrito que o Requerimento precisa 48
horas para ser votado.
O SR. PRESIDENTE: O art. 104 estabelece que
“o Presidente, com antecedência mínima de 48 horas, distribuirá aos Vereadores
matéria da Ordem do Dia a contento. I - Projetos a serem discutidos e cotados.”
No caso, o Decreto Legislativo não deixa de ser um projeto. É um projeto que
tem - e aí concordo com V. Exa. - características especiais, é um projeto “suis
generis”.
O SR. ELÓI GUIMARÃES (Questão de Ordem): Entendo que a interpretação
dada por V. Exa. é extensiva, não é literal. Trata-se de Decreto Legislativo.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Existe, na verdade, a
figura do Projeto de Decreto Legislativo. É exatamente o que sempre votamos
nesta Casa, quando da licença do Prefeito. Não é um simples Decreto: é um
Projeto de Decreto Legislativo. O Decreto é aquele feito pelo Executivo, que
apenas obedece aos limites da legislação. O Projeto de Decreto é diferente, é
exatamente isso que estamos fazendo neste instante.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: A figura do Decreto
Legislativo já desapareceu da legislação brasileira com esse caráter amplo que
é posto na LOM. O Decreto Legislativo utilizado pelo Sr. Prefeito é de ordem
interna para encaminhamento das suas questões e não tem a abrangência do
Projeto de Lei. Não se trata de Projeto de Lei, porque, a não ser nos períodos
da ditadura, se teve os Decretos Legislativos com esse efeito amplo.
O SR. RAUL CARRION: Reforço a posição desse
Presidente, no sentido de que cabe a votação. No art. 104, se fosse ter esse
rigorismo, Emendas e Subemendas, que fazemos no momento até da discussão de um
Projeto, teriam que esperar 48 horas. E, efetivamente, apresentamos a Emenda,
Subemenda de Líder no processo de discussão e votamos em seguida.
O SR. PRESIDENTE: Vamos colocar em votação a
prorrogação da Sessão por mais duas horas. Em votação. Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o pedido de
viagem do Sr. Prefeito deve ser votado hoje ou não precisa votar mais.
O SR. PRESIDENTE: Esta tem sido a tese que a
Mesa defende. O direito é acima de tudo o uso do bom senso.
A Mesa esclarece que o artigo
163, do Regimento permite interromper a votação, dado o caráter de urgência,
para votar pedido de Licença do Sr. Prefeito. Portanto, nós vamos colocar em
votação o Projeto de Decreto Legislativo
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 2899/96 - PROJETO DE
DECRETO LEGISLATIVO Nº 09/96, que autoriza o Prefeito Municipal a afastar-se do
País, das 21h30min do dia 20 de novembro de 1996, com retorno às 08h50min do
dia 22 de novembro de 1996, para viajar à Argentina
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. A palavra com o Ver. João Dib para encaminhar a votação do Projeto de
Decreto Legislativo que trata da viagem do Sr. Prefeito.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu faria
um sentido apelo para que a solicitação do Sr. Prefeito seja aprovada. Faltam
quarenta e dois dias para que o Sr. Prefeito deixe o comando do Governo desta
Cidade. E eu gostaria, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que o Prefeito pudesse
manter a média que vem fazendo: seis dias de trabalho e um dia de viagem. E se
nós não fizermos isso, haverá problemas para que essa média seja mantida. Pode
ser que viajando para mostrar o que é política brasileira, eleição municipal,
ele volte inspirado e pague os aposentados da Prefeitura que fizeram jus na
Justiça, aqueles recursos a que têm direito e que ele retirou de forma contrária
à Lei Complementar nº 133, esquecendo de devolver o dinheiro descontado em
imposto de renda. É sabido que o dinheiro de imposto de renda fica para a
Prefeitura, ele ficou duas vezes com o dinheiro dos municipários aposentados.
Pode ser que agora, aspirando
outros ares, ele venha e faça o pagamento devido, mas principalmente ele vai
manter a média de seis dias trabalhando e um dia de viagem e esse dia quase
nunca para os interesses da municipalidade. Então é preciso que nós deixemos
ele viajar, porque ele tem que manter a média de seis dias na Prefeitura e um
dia nos céus, em outros horizontes.
Pode ser também, Sr.
Presidente, que ele volte acertando os números dos ofícios que encaminha a esta
Casa e não o fará mais através dos Correios e Telégrafos. Quando, veio o outro
ofício pelo Correio, fui verificar a assinatura, era a dele, fui olhar o número
do ofício, constava aqui nos avulsos distribuídos a numeração próxima, estava
tudo certo, menos a incompetência do seu Gabinete que tenho ressaltado com
tanto carinho, tantas vezes. São incompetentes mesmo, vamos deixar ele viajar
para manter a média: seis dias na Prefeitura e um dia de viagem pelos céus do
Brasil, da América e do mundo. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não há mais oradores
inscritos encaminhar o Projeto de Decreto Legislativo, pelo que colocamos em
votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
A Mesa constata visualmente a
ausência de quórum, pelo que declara encerrada a presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h32min.)
* * * * *